Reportagens Especiais

da Redação A 46ª edição do prêmio Grammy aconteceu no último domingo (8), cercado da expectativa de que algum artista resolvesse repetir a performance polêmica da cantora Janet Jackson, que mostrou um seio na transmissão do Super Bowl, além da indignação causada pela negativa de visto do governo americano a músicos cubanos indicados ao prêmio. A festa tentou ainda enfatizar o "talento" dos artistas que se apresentaram, com números musicais em que muitos deles apareceram tocando instrumentos ao vivo, como Justin Timberlake, Alicia Keys e Robert Randolph. A tentativa rendeu alguns constrangimentos: para quem prestou atenção no arranjo da música, ficou óbvio, pelos movimentos da mão da cantora, que Keys não estava tocando o piano que se ouvia. A melhor apresentação da noite aconteceu logo na abertura da premiação, com um show que reuniu o recluso compositor e multitalentoso Prince com a bombshell Beyoncé. Os dois interpretaram um pot-pourri de sucessos do cantor e comemoraram os 20 anos de lançamento da música "Purple Rain". Outra boa apresentação ficou por conta do encontro do pianista Chick Corea com a banda Foo Fighters, numa versão inspirada da música "Times Like These", da banda de Dave Grohl. O momento apoteótico da noite foi a homenagem ao funk, que teve o ator Samuel L. Jackson como mestre de cerimônia e reuniu a velha guarda do gênero, como o grupo Earth Wind & Fire e George Clinton (e seu Parliament Funkadelic), com novos expoentes, como OutKast e Robert Randolph. O Grammy homenageou também os Beatles, com um prêmio especial. Yoko Ono e Olivia Harrison, viúvas de John Lennon e George Harrison, respectivamente, compareceram à premiação para receber uma estatueta dedicada ao grupo. De suas casas, em Londres, Ringo Starr e Paul McCartney agradeceram o prêmio por vídeo. Afora um problema no som durante a apresentação de Celine Dion, que obrigou a cantora a remover seu retorno do ouvido (ou será que nem ela estava agüentando ouvir a própria voz?), as apresentações transcorreram sem surpresas, e Justin Timberlake até mesmo pediu desculpas por ter rasgado o bustiê de Janet Jackson no Super Bowl. Na premiação, o Grammy 2004 não surpreendeu, como no ano passado, em que a academia entregou oito gramofones dourados a Norah Jones, até então uma novata, desconhecida do grande público. A destiny's child Beyoncé Knowles -que liderava em número de indicações- levou para casa cinco dos seis prêmios a que concorria, incluindo de melhor cantora, melhor canção e melhor disco na categoria rhythm and blues (R&B). A dupla OutKast, com duas músicas no top 10 das paradas americanas, levou o prêmio de melhor disco do ano, melhor grupo "alternativo" e malhor disco de rap. Os brasileiros Caetano Veloso, Luciana Souza e o Grupo de Capoeira Angola Pelourinho -que concorriam a categorias importantes do prêmio- não levaram estatuetas. Na categoria world music, em que Veloso e o Capoeira Angola concorriam, foi premiada a cantora Cesária Évora, do Cabo Verde. Na categoria de melhor disco de jazz cantado, em que Souza concorria, o prêmio foi para Dianne Reeves. A entrega dos prêmios da 46ª edição do Grammy aconteceu no Staple Center, em Los Angeles, a partir das 23h (horário de Brasília), no domingo (8).

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