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Teori Zavascki: quer teorias da conspiração? Veja algumas das boas

Rodrigo Casarin

20/01/2017 12h58

 

teori

Tão logo foi anunciada a morte do agora ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki, uma série de teorias conspiratórias começaram a surgir por aí. Muitos têm certeza de que Lula, Dilma e o PT estão por trás da queda do avião. Outros muitos juram de pés juntos que há a mão de Temer, do PSDB e de empresas investigadas na Lava Jato na tragédia. Apesar de apontarem em direções diferentes, todos eles possuem algo em comum: a convicção – convicção que vem sem provas ou ao menos informações que indiquem algum caminho para descobrirmos por que a aeronave caiu nas águas de Paraty.

Sei que é tentador pegar uma declaração que alguém deu no ano passado, juntar com a previsão de um futurologista, amarrar tudo isso com uma notícia falsa que circula na internet e cravar que não há dúvidas sobre o que aconteceu. Todavia, entre algo aparentemente fazer sentido e ser, de fato, real, há uma distância muito grande. Então, ao menos por enquanto, é melhor deixamos as teorias conspiratórias para a ficção.

Um clássico do gênero é "O Pêndulo de Foucault", de Umberto Eco, tido como uma espécie de pai de tudo o que viria de semelhante a seguir, principalmente Dan Brown. Na obra, editores criam suposições sobre como sociedades secretas teriam ditado os rumos da humanidade ao longo de quase um milênio. Eco, aliás, adorava desenvolver teorias malucas – e fazia isso com maestria. Em seu último romance, "Número Zero", um jornal se mostra pródigo em criar factoides a respeito de nomes importantes do século 20, como o ditador Benito Mussolini e o papa João Paulo I.

Sim, como já dito, temos também o popular Dan Brown, um dos principais best-sellers da atualidade, que deve toda sua fama a supostos mistérios e segredos envolvendo arte, política e religião. Em "O Código Da Vinci", célebres representações artísticas levariam a um grande segredo da Igreja Católica. Em "Inferno", uma conspiração global se arquitetaria a partir do clássico de Dante Alighieri. E em "O Símbolo Perdido", monumentos da capital dos Estados Unidos servem de pistas para que um assassinato seja desvendado e para que os mistérios por trás do crime sejam elucidados.

De uma agradável mistura dos dois acima, fazendo uma espécie de sátira desse tipo de narrativa, uma boa alternativa é o brasileiro Marcos Peres. Em "O Evangelho Segundo Hitler", o escritor argentino Jorge Luis Borges surge como um dos responsáveis pela ascensão do facínora austríaco ao poder da Alemanha. Conspiração das boas.

Tá, você não quer ficção, prefere se apegar às tramoias supostamente reais. Entendo. Vá, então, de "Grandes Mistérios da História", do jornalista e escritor Sérgio Pereira Couto. A obra reúne diversas teorias obscuras que estariam por trás de acontecimentos marcantes da história da humanidade. O 11 de setembro foi combinado com o governo dos Estados Unidos? Os nazistas sabiam de discos voadores? Os Templários eram maçons? Será que o Santo Graal de existe de verdade? Há ali elucubrações para todos os gostos, inclusive sobre crimes jamais desvendados, o que poderá interessar especialmente àqueles que já tem plena certeza de que a morte de Teori foi planejada, mas andam cheio de dúvidas a respeito dos rumos que investigações poderão tomar e quais obstáculos enfrentarão.

Sobre o autor

Rodrigo Casarin é jornalista pós-graduado em Jornalismo Literário. Vive em São Paulo, em meio às estantes com as obras que já leu e às pilhas com os livros dos quais ainda não passou da página 5.

Sobre o blog

O blog Página Cinco fala de livros. Dos clássicos aos últimos sucessos comerciais, dos impressos aos e-books, das obras com letras miúdas, quase ilegíveis, aos balões das histórias em quadrinhos.