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Hymns For Peace - Live At Montreux 2004
Gravadora: ST2
Preço médio: R$ 50
22/06/2007

Santana

Hymns For Peace - Live At Montreux 2004

Neste DVD o veterano guitarrista norte-americano de origem mexicana se apresenta no festival de Montreux com o auxílio de convidados de peso. Num pacote de dois DVDs, Santana apresenta vários aspectos de seu trabalho, de versões de medalhões como Bob Marley, Bob Dylan e Marvin Gaye a instrumentais jazzísticos, com poucas de suas músicas conhecidas no meio.

Entre os convidados, os destaques são os guitarristas John McLaughlin, ex-Mahavishnu Orchestra, um dos inventores do jazz-rock, e Nile Rodgers, ex-Chic, mestre do funk e da disco. Nos teclados, temos o também cantor Steve Winwood, que integrou bandas clássicas dos anos 60 e 70, como Spencer Davies Group, Traffic e Blind Faith.

Além destes, Ravi Coltrane, filho do ícone do jazz John Coltrane, toca sax em praticamente todas as músicas, entre elas "A Love Supreme", obra-prima de seu pai, tocada aqui com arranjo "latinizado", com ênfase nas percussões cubanas.

O maior mérito do disco está justamente no aspecto mais jazzístico. As músicas instrumentais, como "Afro Blue" e "Adouma", exploram muito melhor o talento de Carlos Santana como guitarrista e maestro. Em "Let Us Go Into The House Of The Lord" por exemplo, Santana e John MacLaughlin têm a oportunidade de mostrar seus estilos diferentes nos solos de guitarra: o primeiro mais melódico e baseado no blues, o segundo mais jazzístico e técnico.

Por outro lado, as versões, lado mais pop do show, vão do pouco interessante ao totalmente desnecessário. "Redemption Song" e o medley de "Exodus" e "Get Up Stand Up" de Bob Marley funcionam em parte por causa da compatibilidade entre o reggae e os elementos afro-caribenhos da música de Santana, além do vozeirão da cantora Bárbara Morrison.

"Blowin' in The Wind" e "Just Like a Woman" de Bob Dylan ganham interpretações sem energia, beirando o brega, no que soa como uma tentativa de conquistar o público menos familiarizado com a obra do próprio Carlos Santana.

Fora exceções como "Jingo", do primeiro álbum auto-intitulado de 1969, há pouco aqui para os fãs do Santana clássico. No geral, "Hymns For Peace - Live At Montreux", apesar dos dois discos, se perde entre a tentativa de agradar o grande público com standards e músicas mais pop e deixa passar a chance de dar a devida atenção ao lado mais ousado e rico do trabalho do músico. (PC)

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