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Morre Alberta Adams, a última estrela do blues pós-Segunda Guerra Mundial

A cantora Alberta Adams em foto de 2006 - Carl Lender/Wikimedia Commons
A cantora Alberta Adams em foto de 2006 Imagem: Carl Lender/Wikimedia Commons

De Nova York (EUA)

26/12/2014 21h53

A cantora americana Alberta Adams, conhecida como a "Rainha do Blues" de Detroit, morreu aos 97 anos no dia de Natal, informou seu selo fonográfico nesta sexta-feira (26).

"Em grande escala, ela era verdadeiramente a última grande cantora de blues do pós-Segunda Guerra Mundial", disse RJ Spangler, que a ajudou a relançar sua carreira na década de 1990, através do selo Eastlawn, especializado em jazz e blues.

Nascida em Indianápolis (leste dos Estados Unidos) e criada em um lar conflituoso de Detroit (nordeste), Adams começou a carreira como bailarina de sapateado nos clubes da Motor City, antes de substituir a então convalescente cantora Kitty Stevenson.

Rapidamente, Adams começou a agendar apresentações com os grandes nomes do blues, como T-Bone Walker, Louis Jordan, John Lee Hooker e Cleanhead Vinson, assim como o pioneiro do jazz, Duke Ellington.

A artista fez turnês nacionais e internacionais, e assinou um contrato com o lendário selo de blues de Chicago Chess Records, pouco antes de o som da Motown definir Detroit.

Ao final da carreira, ela restringiu suas apresentações a clubes próximos de Detroit, mas sua voz se manteve poderosa.

Em 1994, assinou com o selo de Spangler e lançou o álbum "Born with the Blues", em 1999, com o guitarrista de blues Johnnie Bassett.

"Adorei trabalhar com ela, era uma alegria estar perto dela, nunca estava de mal humor ou irritada", disse Spangler à AFP.

Adams parou de cantar vários anos atrás, quando perdeu a audição e sua saúde decaiu.

Uma de suas primeiras canções, que voltou a gravar aos 90 anos, foi uma versão de Leroy Carr, que começa com a frase: "Só se lembre de mim, meu bem, quando estiver a seis palmos do chão frio" (Just remember me baby, when I'm in six feet of cold, cold ground).