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Gn'R volta à formação original no Coachella em 'boom' dos festivais

Indio, Califórnia (EUA)

14/04/2016 19h07

Durante anos, o líder da banda Guns N' Roses, Axl Rose, apenas tolerava a presença do guitarrista Slash e não aguentava as constantes perguntas se os lendários roqueiros voltariam a tocar juntos. Mas, este ano, eles finalmente vão dividir o palco mais uma vez.

A formação original do Guns N' Roses é a principal atração do festival de Coachella, no deserto do sul da Califórnia, neste sábado (16). Um sinal não só que a banda deu um tempo em seus conflitos internos, mas também do crescimento da indústria da música ao vivo.

Os festivais, que durante muito tempo fizeram parte do cenário de verão na Europa, ganharam fôlego durante a última década na América do Norte, alimentados pela presença dos jovens que valorizam as experiências do mundo real na era digital.

O mercado ampliou o suficiente para incluir hoje uma grande variedade de gostos e grupos demográficos, e agora os festivais se esforçam para atrair grandes nomes.

Nesse cenário uma reunião dos membros do Guns N' Roses era como o Santo Graal.

"Appetite for Destruction" continua sendo o álbum de estreia mais vendidos da história, mas o status de estrelas ostentado pela banda foi fugaz. A última vez que Axl e Slash tocaram juntos foi em Buenos Aires, em 1993.

O Guns N' Roses anunciou seu retorno ao Coachella em janeiro deste ano. No 1º de abril, os dois fizeram um show surpresa no tradicional Troubadour, pequeno clube em Los Angeles onde aconteceu a primeira reunião da banda.

O grupo aproveitou o show surpresa para poucas horas antes anunciar a turnê norte-americana com 20 datas.

Axl sempre brigou com Slash, afirmando que ele não era um dos fundadores da banda.

"Pessoalmente, considero ele um câncer que é melhor extirpar, evitar. E quanto menos escutemos dele ou de seus seguidores, melhor", disse Axl Rose em 2009.

"Não há nenhuma possibilidade de que eu tenha algo a ver com Slash que não seja uma emboscada, e não seria agradável", comentou.

Axl, que continuou tocando com o Guns N' Roses ao lado de outros guitarristas, recusou a inclusão da banda no Rock and Roll Hall of Fame, em 2012.

Ele escreveu em uma carta aberta: "É hora de seguir adiante. A gente se divorcia. A vida não te deve seu próprio e pessoal final feliz".

Mas aparentemente é possível uma retomada. A revista musical Billboard estimou que o Guns N 'Roses ganharia US$ 3 milhões por concerto e muito mais no Coachella, que atrai mais de 180.000 pessoas em dois finais de semana.

Os músicos, que vão tocar nos dias 16 e 23 de abril, provavelmente teriam o mesmo sucesso se a reunião acontecesse em qualquer outro momento.

Tanto para os grandes quanto para os artistas menores, a música tocada ao vivo tem arrecadado cada vez mais.

Segundo a revista Pollstar, as 100 principais turnês na América do Norte geraram US$ 3,12 bilhões em 2015, um aumento de 14% em relação ao ano anterior.