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Paul McCartney e outros artistas acusam Youtube de reter renda de músicas

13.abr.2016 - Paul McCartney abre sua turnê "One On One" em Fresno, na Califórnia - Steve Jennings/Getty Images/AFP
13.abr.2016 - Paul McCartney abre sua turnê "One On One" em Fresno, na Califórnia Imagem: Steve Jennings/Getty Images/AFP

30/06/2016 11h15

Centenas de músicos de fama internacional, entre eles Lady Gaga e Paul McCartney, pediram nesta quinta-feira (30) que a Comissão Europeia revise o estatuto jurídico de plataformas de vídeos como o YouTube, acusadas de abusar de sua posição para não retribuir o suficiente aos artistas.

"O futuro [da indústria musical] está ameaçado por uma séria transferência de valor provocada pelos serviços de hospedagem de conteúdo como o YouTube, que ficam com o valor criado pelos artistas de forma ilegal", afirma o texto enviado ao presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.

Também assinaram a reclamação nomes como Elton John, David Guetta, Ed Sheeran, Coldplay, Sting e Robert Plant, do Led Zeppelin.

Segundo os cálculos do Snep, principal sindicato de produtores de discos na França, um vídeo em streaming rende cerca de três vezes menos aos produtores do que um áudio gratuito no Deezer ou Spotify, e 50 vezes menos que um streaming de áudio pago através da assinatura desse tipo de site.

Os artistas consideram que as futuras discussões em nível europeu sobre os direitos autorais devem "corrigir esta importante distorção econômica", esclarecendo o estatuto jurídico das plataformas, acusadas de abusar de sua posição de hospedeiro, o que evita que tenham de negociar os direitos de difusão, como fazem os sites de streaming.

Segundo o Snep, o YouTube consegue acordos com os produtores a preços artificialmente baixos. Por sua parte, o YouTube se defendeu em uma declaração à revista "Billboard" assegurando que uma "arrasadora maioria de empresas discográficas assinaram acordos que permitem a difusão de vídeos e a obtenção de rendas".

"Hoje em dia, pagamos mais de US$ 3 bilhões à indústria musical", assegura a plataforma.