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Na carona de "Gangnam Style", "K-Pop" avança com coreografias pegajosas

O músico Psy dança o hit "Gangnam Style" na 40º edição do American Music Awards, em Los Angeles (18/11/12) - Matt Sayles/Invision/AP
O músico Psy dança o hit "Gangnam Style" na 40º edição do American Music Awards, em Los Angeles (18/11/12) Imagem: Matt Sayles/Invision/AP

Atahualpa Amerise

27/01/2013 08h35

Seul, 27 jan (EFE).- Aproveitando a carona do fenômeno "Gangnam Style", o pop sul-coreano, ou "K-pop", quer cumprir uma meta ambiciosa: se tornar ainda mais conhecido em todos os cantos do mundo, da Europa à América Latina, com suas músicas e coreografias pegajosas.

Desde "Gangnam Style", "já não há um lugar ao qual o K-Pop não chegue, desde Estocolmo com um só clube de admiradores até a América Latina, que soma cada vez mais", disse à Agência Efe o subdiretor de comunicação global e conteúdos do Serviço de Cultura e Informação da Coreia do Sul (Kocis), Wi Tack-whan.

Wi destaca que o K-Pop é apenas uma parte do "Hallyu", onda de cultura contemporânea sul-coreana iniciada anos atrás na Ásia com novelas como "Winter Sonata" ("Sonata de inverno, em português) e que hoje desfruta de um novo impulso em sua expansão global graças ao sucesso do rapper Psy.

O "Gangnam Style", com sua famosa "dança do cavalo", também serviu para melhorar a imagem da Coreia do Sul, segundo o subdiretor de conteúdos do Kocis, que destaca o "considerável aumento do número de turistas estrangeiros" em Gangnam, um luxuoso bairro comercial do sul de Seul, nos últimos meses.

No entanto, o aparente fervor pelo K-Pop despertou em vários países após o sucesso do vídeo mais visto da história do YouTube - mais de 1,2 bilhão de reproduções - poderia ser apenas uma miragem, segundo alguns especialistas locais da indústria do entretenimento.

"Com 'Gangnam Style', cresceram o interesse e a curiosidade sobre a música atual sul-coreana, mas se não aparecer outra música que 'cole', pode ser uma tendência passageira", disse Jun Sun-hwa, locutora do serviço em espanhol da emissora estatal "KBS World Radio", principal divulgadora do país asiático no exterior.

O K-Pop representa, em termos econômicos, aproximadamente a metade das vendas ao exterior de conteúdos da Coreia do Sul, que foram de US$ 33,8 bilhões em 2010, segundo os últimos dados apresentados pelo Kocis, o que deixou o país no nono lugar mundial neste tipo de exportação.

Com o mercado asiático praticamente conquistado atualmente - em países como Japão, Tailândia, China ou Taiwan as estrelas sul-coreanas enchem estádios -, o K-Pop ampliou seu alvo a outras regiões mais afastadas geográfica e culturalmente.

O talento musical e os figurinos de seus jovens integrantes caracterizam os grupos mais representativos do K-Pop, que sonham conquistar um promissor mercado de admiradores na América Latina.

Nesta região, "o fã médio é uma menina jovem de 15 a 25 anos apaixonada pela música e os artistas, estes últimos tanto ou mais até do que suas canções", segundo Jun Sun-hwa, que a cada semana dedica vários momentos de seu programa "Coreia diariamente" a comentar as últimas tendências em K-Pop.

Assim, os meninos do JYJ, um dos mais populares grupos sul-coreanos, geraram histeria em milhares de adolescentes em meados do ano passado em Santiago do Chile e Lima. Já o U-Kiss deleitou suas admiradoras peruanas no fim de 2012 em uma turnê que também passou pelo México.

Superjunior, Big Bang e 2PM são outros grupos jovens masculinos de rostos angelicais e originais penteados que estão abrindo caminho no coração das jovens latino-americanas, até o ponto de semear entre elas um conceito idealizado deste país do outro extremo do globo.

"Elas estão interessadas em como se penteiam e se vestem, como vivem a vida na Coreia, um mundo que acham fascinante", afirmou à Efe a locutora do serviço em espanhol da "KBS World Radio", que a cada mês recebe centenas de e-mails e mensagens no Facebook de adolescentes latino-americanas ansiosas por saber mais de seus ídolos.

Algumas dessas admiradoras, disse Jun, conseguiram estudar em Seul por meio de bolsas de estudos ou programas de intercâmbio e, embora a experiência seja positiva, garante, também se dão conta de que a Coreia do Sul "não é um paraíso de príncipes" à imagem e semelhança do K-Pop.