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Justiça russa rejeita liberdade condicional para integrante do Pussy Riot

Maria Alyokhina, em foto de janeiro, ao chegar a tribunal para audiência - Sergei Karpukhin/Reuters
Maria Alyokhina, em foto de janeiro, ao chegar a tribunal para audiência Imagem: Sergei Karpukhin/Reuters

Moscou

24/07/2013 12h33

Um tribunal da região de Perm (Urais) na Rússia rejeitou nesta quarta-feira (24) o recurso de liberdade condicional interposto por Maria Alyokhina, uma das duas componentes do grupo punk feminino Pussy Riot que cumprem pena de dois anos de prisão.

 
O juiz respaldou a decisão anterior do tribunal de Bereznikovski – onde Maria permanece detida em uma prisão para mulheres desde outubro passado –, que negou a liberdade condicional para a jovem no dia 23 de maio.

No início da audiência, Maria se apresentou à distância, através de videoconferência, mas depois se negou a participar por motivos ainda não esclarecidos.

A advogada da cantora, Irina Khrunova, afirmou em suas alegações que a administração da prisão onde Maria cumpre pena instigava as outras presas contra ela, dizendo que supostamente tinha protagonizado um filme pornográfico.

Além disso, Irina disse que, segundo os dados a sua disposição, as autoridades penitenciárias têm um plano secreto de transferir Maria para outra prisão localizada na cidade de Nizhny Novgorod (parte europeia da Rússia).

Maria teve problemas com os funcionários das prisões desde que foi detida e, em uma ocasião específica, foi colocada na solitária por levantar tarde.

Além disso, em uma entrevista ao jornal "Novaya Gazeta", confessou que temeu por sua vida após ter recebido ameaças de morte de várias detentas que cumprem longas penas por assassinato e tráfico de drogas.

Em abril, a Justiça já havia negado a liberdade condicional para outra integrante das Pussy Riot, Nadezhda Tolokonnikova, que assim como Maria, cumpre dois anos de prisão por "vandalismo motivado por ódio religioso".

As duas afirmam que são inocentes e insistem que sua ação na Catedral de Cristo Salvador de Moscou, onde o grupo interpretou no ano passado uma missa punk pedindo que a Virgem Maria retirasse Putin do poder, tinha fins políticos e não foi uma manifestação contra os cristãos ortodoxos.

O presidente russo, Vladimir Putin, respaldou em várias ocasiões a pena de prisão, enquanto o primeiro-ministro, Dmitri Medvedev, considerou que as jovens já pagaram por seus pecados.