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Lady Gaga completa 30 anos consagrada como ícone pop

Antonio Martín Guirado

Em Los Angeles (EUA)

28/03/2016 10h14

Sinônimo de talento, glamour, polêmica e publicidade, elementos que, misturados, dão lugar a todo um referencial atual no mundo do espetáculo, Lady Gaga completa 30 anos nesta segunda-feira (28) e já é uma das artistas que mais discos vendeu na história da música --e em apenas oito anos de carreira.

Mas sua influência vai muito além: seu estilo e personalidade a transformaram um ícone pop ao qual nem o mundo da dramaturgia foi capaz de resistir. Prova disso foi seu aclamado papel na quinta temporada de "American Horror Story", que lhe rendeu o Globo de Ouro de melhor atriz em minissérie ou filme para a TV.

Recentemente, a artista disse que repetirá a dose e voltará para a sexta temporada da série. "Não posso prometer como, quando, nem nada disso", afirmou ela à rádio "Z100" no início deste mês.

Essa tarefa, possivelmente, deverá ser conciliada com a gravação de seu novo disco, com lançamento previsto ainda para este ano, como revelou à imprensa em entrevista coletiva após receber o prêmio. O novo CD será o primeiro desde "Cheek to Cheek", parceria que lançou com Tony Bennett em setembro de 2014, e o primeiro com material original desde "Artpop" (2013).

Em entrevista à revista "Entertainment Weekly", Gaga reconheceu que seu trabalho em "American Horror Story" tem influência no processo criativo de seu quinto álbum de estúdio, argumentando que a atuação a levou de volta "à arte da escuridão", algo no qual "acredita muito".

O ano mal começou e Gaga já se deparou com diversos momentos memoráveis. Primeiro veio o sucesso no Globo de Ouro, e depois suas apresentações no Grammy --e o inesquecível tributo a David Bowie--, no Super Bowl e no Oscar. Neste último, sua aparição, precedida pelo vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, foi um dos momentos mais emocionantes da noite.

Gaga arrepiou a plateia do Teatro Dolby ao cantar "Till It Happens To You", tema do documentário "The Hunting Ground" (ainda sem título no Brasil), que apresenta histórias reais de estupros em universidades americanas e discute o papel das instituições de ensino nesses casos. Com a frase "Not Your Fault" (Não é sua culpa) escrita no braço, ela finalizou a apresentação cercada por um grupo de 50 jovens que, como ela, sofreram esse tipo de abuso.

Stefani Joanne Angelina Germanotta, verdadeiro nome de Lady Gaga, é um ícone, e como tal, tem uma legião de fãs, conhecidos como "little monsters" (monstrinhos), que a transformam em um dos principais nomes do Twitter (é a sétima personalidade mais influente, com 57 milhões de seguidores). Todos eles estão ansiosos por seu casamento com o ator e modelo Taylor Kinney, que ela conheceu em 2011 durante as filmagens do clipe "You and I".

A cerimônia está envolvida no mesmo mistério que rodeia tudo o que se refer a Gaga, uma estrela incomparável desde o lançamento, em 2008, de seu álbum de estreia, "The Fame", que trouxe "clássicos" como "Paparazzi", "Poker Face" e "Just Dance". Desde então, transformada em uma autêntica mina de hinos geracionais (aí estão "Bad Romance" e "Born This Way" para atestar) com a ajuda de seus incendiários clipes, não hesitou em falar de sua bissexualidade com a mesma franqueza com a qual aborda em suas músicas temas como amor, sexo, dinheiro e drogas.

Seu trabalho fora dos palcos, seja como porta-voz dos direitos LGBT ou através da fundação Born This Way, liderada por ela e sua mãe e criada para apoiar jovens que sofreram bullying, Lady Gaga mostra a coerência e a sensibilidade de uma das maiores forças do cenário artístico no século 21.