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Luis Fonsi critica Maduro por usar "Despacito" em propaganda política

Daddy Yankee e Luis Fonsi no clipe de "Despacito" - Reprodução
Daddy Yankee e Luis Fonsi no clipe de "Despacito" Imagem: Reprodução

De Miami (EUA)

24/07/2017 19h06

Os cantores porto-riquenhos Luis Fonsi e Daddy Yankee criticaram nesta segunda (24) o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, por ter usado o sucesso "Despacito" para fazer "propaganda" da eleição da Assembleia Constituinte do país.

"Minha música é para todos aqueles que queiram escutá-la e apreciá-la, não para usar como propaganda que tenta manipular a vontade de um povo que está pedindo a gritos sua liberdade e um futuro melhor", afirmou Fonsi em sua conta no Instagram.

A panamenha Erika Ender, coautora da música, também rejeitou o uso do hit pelo governo venezuelano, algo que a "indigna", assim como Daddy Yankee, que faz dueto com Fonsi.

Fonsi disse que não foi consultado sobre o uso da canção e afirmou que deve "haver um limite" nas versões feitas da música, que bateu o recorde de maior número de reproduções em "streaming" da história.

O cantor lamentou que a letra de "Despacito" tenha sido modificada com "fins políticos", especialmente neste caso, quando a Venezuela está envolvida em uma "deplorável situação".

Em uma mensagem também em sua conta no Instagram, Daddy Yankee disse que Maduro tinha se apropriado "ilegalmente" da música em uma "piada" com o povo venezuelano.

"Com esse nefasto plano de mercado, você só continuará colocando em evidência seu ideal fascista, que matou centenas de heróis e (causou) mais de 2 mil feridos", afirma o cantor porto-riquenho.

Já Erika disse que a Venezuela é um país que lhe deu "verdadeiros irmãos de coração" e que está cheio de "gente guerreira, gente com vontade de ferro, gente boa, que não deixa de lutar pela liberdade de direitos e de expressão".

Os veículos de comunicação venezuelanos divulgaram imagens do último programa dominical do presidente venezuelano, no qual foi apresentada a versão da música para o processo constituinte impulsionado pelo governo em meio a uma crise generalizada e protestos nas ruas que deixaram mais de cem mortos desde abril.

No próximo 30 de julho, os venezuelanos estão convocados às urnas para escolher os mais de 500 membros de uma Assembleia Nacional Constituinte que redigirão uma nova Constituição e terão poderes para reordenar o Estado sem que ninguém possa se opor.

A oposição venezuelana, que se negou a participar na consulta, promoveu para esta mesma semana uma série de atividades para tentar barrar os planos de Maduro.