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"As pessoas sabem mais músicas nossas do que imaginam", diz guitarrista do Train, que toca no Brasil em março

Os músicos Scott Underwood, Patrick Monahan e Jimmy Stafford, do Train, no Grammy 2011, em Los Angeles (13/02/2011) - Getty Images
Os músicos Scott Underwood, Patrick Monahan e Jimmy Stafford, do Train, no Grammy 2011, em Los Angeles (13/02/2011) Imagem: Getty Images

FLÁVIO SEIXLACK

Da Redação

11/03/2011 09h52

Prestes a tocar no Brasil pela primeira vez, nos dias 15, 17 e 19 de março no Pop Music Festival --que conta com Shakira como principal atração--, a banda californiana Train tem uma história feita de altos e baixos que, atualmente, parece estar em seu capítulo mais feliz.
 
"Save Me San Francisco", quinto trabalho de estúdio da banda e o primeiro desde que o grupo fez uma pausa em sua carreira, foi lançado em 2009 e conseguiu ótimas posições nas paradas de lugares como Estados Unidos, Reino Unido e Austrália. Mais do que isso, fez com que o Train conquistasse o Grammy em 2011 na categoria melhor performance pop, superando até mesmo o elenco da série "Glee".
 

Train - "Hey, Soul Sister"

Nem sempre foi assim, porém. O grupo formado em 1994 na Califórnia começou bem sua carreira ao vencer dois prêmios Grammy em 2002, pela música "Drops of Jupiter (Tell Me)", de seu segundo álbum. Um ano mais tarde, foi bem sucedido novamente com o disco "My Private Nation".
 
O mesmo não aconteceu em 2005, com o lançamento de "For Me, It's You". O álbum não teve sucesso comercial, principalmente porque, segundo o guitarrista Jimmy Stafford, o Train estava se esforçando muito para compor mais canções capazes de ganhar um Grammy. Após ter falhado em conseguir bons números de vendas, o grupo decidiu fazer uma pausa, que durou três anos e resultou na saída de dois de seus integrantes originais.
 
Atualmente com uma formação que conta com Patrick Monahan (voz), Jimmy Stafford (guitarra) e Scott Underwood (bateria), o Train apresentará no Brasil basicamente o show da turnê de "Save Me San Francisco", que tem o hit "Hey, Soul Sister" como carro-chefe, mas sem se esquecer de sucessos presentes em lançamentos anteriores.
 
Por telefone, o guitarrista Jimmy Stafford falou sobre a trajetória do grupo, a expectativa em se apresentar no país e a sensação de ter o trabalho reconhecido com um Grammy.
 
UOL Música - Essa é a primeira vez que o Train vai tocar no Brasil, e a banda dividirá o palco com Shakira, Fatboy Slim e Ziggy Marley.  Qual é a Expectativa?
Jimmy Stafford - Nossa, não sabia que o Fatboy Slim estará lá também. Estou muito empolgado. Esperamos nos divertir bastante. Sempre fomos uma banda que conseguiu ganhar novos fãs ao tocar para um público que nunca nos viu, porque as pessoas conhecem mais músicas nossas do que elas imaginam e temos uma energia muito boa. Amamos fazer novos amigos e fãs onde quer que vamos. Ir ao Brasil pela primeira vez para tocar é muito empolgante para nós, porque tocar com a Shakira nos permite tocar para muito mais pessoas. 
 

Train - "Drops Of Jupiter"

UOL Música - O que vão tocar por aqui?
Jimmy Stafford - Vamos nos focar bastante no novo álbum, porque as pessoas estão mais familiarizadas com ele. Vamos tocar basicamente músicas deste disco, mas também nossos hits antigos, que achamos que as pessoas vão reconhecer e gostar.
 
UOL Música - Vocês ganharam um Grammy este ano, competindo com nomes como o elenco do "Glee", Paramore e Maroon 5. Qual é a sensação de ter o trabalho reconhecido dessa forma?
Jimmy Stafford - Foi muito incrível. Ganhamos alguns Grammys há 10 anos por "Drops of Jupiter (Tell Me)", mas dessa vez não achávamos que fôssemos ganhar, porque o Glee estava levando tudo. Quase nem fomos à premiação. Estávamos tão cansados por conta da turnê que alguns de nós só queria descansar, mas nosso empresário nos convenceu a ir, o que foi bom, porque acabamos vencendo. Esse prêmio nos deixa ainda mais felizes do que o outro, é quase como se tivéssemos chegado ao topo duas vezes em nossa carreira. O primeiro há dez anos e agora com este novo álbum, que é o nosso maior até o momento ao redor do mundo. E ter um Grammy para caminhar ao lado dele é muito bom.
 
UOL Música - O Train já alcançou sucesso comercial e de crítica. De onde tiraram fôlego para voltar e criar novas músicas?
Jimmy Stafford - Apenas da música. Cometemos um erro no passado. Após termos ganhado nosso primeiro Grammy, tentamos fazer mais músicas para vencer o prêmio. Quando você se esforça para algo assim, é muito difícil Ser bem sucedido, porque você está fazendo pelos motivos errados. Então fizemos uma pausa, depois nos reunimos e, quando voltamos, foi apenas pela música, para compor músicas boas juntos e nos divertir. Ao fazer isso, gravamos nosso melhor disco até hoje, e tudo aconteceu porque fizemos com o coração e porque nos divertimos compondo-o e gravando-o. Acho que o amor que foi colocado nesse disco transparece para o público. As pessoas estão comprando o disco porque conseguem enxergar esse amor e acho que sabemos agora que essa é a única forma de conseguir sucesso nessa indústria. Escrever música que vem do coração e ser autêntico. É isso o que planejamos fazer daqui pra frente. É ótimo estar no Grammy, mas antes você precisa fazer as músicas para chegar lá.
 
UOL Música - O que te deixa mais orgulhoso em relação ao disco "Save Me San Francisco"?
Jimmy Stafford - Acho que o fato de ser um disco que veio do coração e por ter sido muito fácil de gravar. Nunca me esquecerei da experiência de gravá-lo. O sucesso que ele nos trouxe permitiu que viajássemos a todos esses novos países que nunca tínhamos ido antes, e é tão bom poder tocar essas músicas para pessoas que nunca as ouviram ao vivo. Não que a gente queira ser super famoso ou estrelas do rock, mas apenas temos músicas boas e é muito divertido ver os sorrisos que elas são capazes de trazer. Isso vale mais do que qualquer dinheiro do mundo.
 
UOL Música - Já estão trabalhando em músicas novas?
Jimmy Stafford - Sim, estamos sempre fazendo canções novas. Especialmente o Pat, nosso vocalista. Ele simplesmente não dorme e acho que já compôs metade do próximo disco. Ele é um desses caras que estão sempre empolgados em seguir em frente, nossa gravadora tem que dizer a ele para se acalmar, pois o disco atual ainda fazendo sucesso. Provavelmente gravaremos o novo álbum ainda este ano, mas 
devemos lançá-lo só em 2012.
 

POP MUSIC FESTIVAL EM PORTO ALEGRE
 
Quando: 15/03, a partir das 18h
Onde: Estacionamento da Fiergs (Avenida Assis Brasil, 8787, Bairro Sarandi)
Quanto: R$ 125 (pista), R$ 350 (pista premium) R$ 450 (camarote)
Ingressos: pelo site www.livepass.com.br, pelo telefone 4003 1527 e nos pontos de venda credenciados
 
POP MUSIC FESTIVAL EM BRASÍLIA
 
Quando: 17/03, a partir das 15h
Onde: Estacionamento do Estádio Mané Garrincha
Quanto: R$ 500 (premium), R$ 300 (pista) e R$ 160 (arena); há meia-entrada para todos os setores
Ingressos: pelo site www.livepass.com.br, pelo telefone 4003 1527 e nos pontos de venda credenciados
 
POP MUSIC FESTIVAL EM SÃO PAULO
 
Quando: 19/03, a partir das 15h
Onde: Estádio do Morumbi (Praça Roberto Gomes Pedrosa, s/n, Morumbi)
Quanto: R$ 500 (pista premium), R$ 200 (pista), R$ 100 (arquibancada azul e vermelha), R$ 80 (arquibancada laranja), R$ 130 (arquibancada especial vermelha), R$ 300 (cadeira coberta laranja), R$ 350 (cadeira premium azul), R$ 320 (cadeira coberta vermelha e azul); há meia-entrada para todos os setores
Ingressos: pelo site www.livepass.com.br, pelo telefone 4003 1527 e nos pontos de venda credenciados