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Alanis mostra que músicas do novo CD funcionam ao vivo e público faz karaokê com hits

Alanis Morissette se apresenta no Credicard Hall, em São Paulo, na turnê de seu álbum "Havoc and Bright Lights" (2/9/12) - Leonardo Soares
Alanis Morissette se apresenta no Credicard Hall, em São Paulo, na turnê de seu álbum "Havoc and Bright Lights" (2/9/12) Imagem: Leonardo Soares

José Norberto Flesch

Do UOL, em São Paulo

03/09/2012 01h51

Nesta segunda-feira (3), quando Alanis Morissette subir ao palco do Credicard Hall, em São Paulo, já terá certeza que as músicas de seu novo disco, "Havoc and Bright Lights" (2012), funcionam bem ao vivo. Foi o que ela mostrou no domingo (2), na estreia da temporada, na primeira das duas apresentações na casa paulistana.

Antes de chegar ao Brasil, a canadense cantou no House of Blues, de Atlantic City (EUA). O show serviu como ensaio e aquecimento para o que ela fez ontem na abertura de sua nova turnê brasileira. Com praticamente o mesmo repertório que mostrou para os norte-americanos, a artista segurou a plateia alternando temas do recém-lançado CD com os hits que o público conhece desde que ela estourou nas rádios, em 1995, com o álbum "Jagged Little Pill".

Alanis foi generosa com quem gosta daquele disco: cantou nove faixas de “Jagged Little Pill”. Mas foi uma decisão estratégica. Com os hits, ela criou picos de audiência no show para, na sequência de cada sucesso, encaixar uma das novas canções no set list. Dessa forma, testou músicas como a ótima “Guardian”, a melhor do não mais que mediano “Havoc and Bright Lights”. Mesmo a apenas razoável “Celebrity” ganhou força ao vivo.

É a primeira turnê que Alanis realiza após dar à luz. Ela não vinha ao Brasil desde 2009. Os três anos de ausência fizeram com que os fãs lotassem a casa e esperassem 40 minutos além do horário marcado para que a cantora começasse a apresentação. Ela não mudou o estilo de show que faz desde o início da carreira. Usa um cenário simples, não abusa da iluminação e, especialmente nas baladas, busca arranjos suaves em que sua voz ecoe pelo ambiente.

O público responde com a mesma intensidade. “Ironic” foi recebida com gritos e cantada aos berros pelos fãs. Próximo ao fim do show, Alanis cantou alguns hits com arranjos levemente modificados. Nesse ponto, o maior grau de experimentação apareceu em “Hand in My Pocket”. A versão ganhou reforço nos teclados. O recurso também foi utilizado, ainda que de maneira não tão “radical”, em “Thank You”, que encerrou o show, no segundo bis.

A apresentação durou 100 minutos. Para Alanis, serviu para saber que, apesar de “Havoc and Bright Lights” estar longe de ser um bom álbum, tem faixas que merecem permanecer no repertório dos shows. Para o público, funcionou como um divertido karaokê.

Após São Paulo, Alanis se apresenta em Curitiba (quarta), Rio de Janeiro (sexta), Belo Horizonte (domingo), Recife (dia 12), Belém (14) e Goiânia (16).