Topo

Uma integrante do Pussy Riot é solta e condenação se mantém para as outras duas

Yekaterina Samutsevich, do Pussy Riot, fala com a imprensa na saída de um tribunal de Moscou após ser liberada (10/10/12) - AP Photo/Sergey Ponomarev
Yekaterina Samutsevich, do Pussy Riot, fala com a imprensa na saída de um tribunal de Moscou após ser liberada (10/10/12) Imagem: AP Photo/Sergey Ponomarev

Do UOL, em São Paulo*

10/10/2012 08h22Atualizada em 10/10/2012 12h27

O julgamento em apelação de três integrantes do grupo punk russo Pussy Riot aconteceu nesta quarta-feira (10) no tribunal municipal de Moscou, na presença das três jovens.

Nadezhda Tolokonnikova, 22 anos, Yekaterina Samutsevich, 30, e Maria Alyokhina, 24, foram condenadas em 17 de agosto a dois anos de prisão por "vandalismo" e "incitação ao ódio religioso".

Nadezhda e Maria foram sentenciadas a cumprir estes dois anos de prisão, enquanto Yekaterina teve a pena suspensa.

Segundo o site do “Telegraph”, o juiz determinou a suspensão da sentença de Yekaterina porque ela foi expulsa da catedral por guardas antes que pudesse participar da performance.

As três cantaram em fevereiro na catedral de Cristo Salvador, perto do Kremlin, uma "oração punk" que pedia à Virgem a "expulsão" de Vladimir Putin do poder.

Integrante do Pussy Riot é libertada

As acusadas estavam sentadas em uma área protegida por vidro atrás dos advogados e responderam perguntas da presidente do tribunal.

O tribunal levou em consideração a defesa da nova advogada de Yekaterina, que afirmou que a cliente não participou na "oração" ante o altar, pois foi detida 15 segundos depois de entrar na catedral.

De forma inesperada, um dos advogados dos demandantes, Lev Lialine, apoiou a declaração e pediu também que o tribunal levasse em consideração a implicação individual de cada acusada. "O tribunal julgou que as circunstâncias expostas permitiam condenar Samutsevich a dois anos de liberdade condicional", explicou Larisa Poliakova, presidente do tribunal, antes de destacar que Samutsevich pode ser detida novamente se "violar as restrições estabelecidas por lei ou cometer outros delitos".

"Não queríamos ofender os fiéis", declarou Samutsevich em uma área protegida por vidro, ao lado das outras duas acusadas. "Se isto aconteceu, pedimos desculpas. Nossa ação foi política. Devo responder pelo que eu fiz", completou.

"Nós três somos inocentes, estamos na prisão por nossas opiniões políticas", declarou Alyokhina, que pediu, assim como Samutsevich, a anulação do julgamento em primeira instância e liberdade.

A terceira, Tolokonnikova, declarou que também estava disposta a pedir desculpas caso tenha ofendido alguém, mas que o "arrependimento é impossível, pois seria reconhecer que nossa ação é antirreligiosa, o que não é o caso".

As duas condenadas saberão em dez dias para qual prisão serão enviadas, segundo uma fonte judicial.

*Com informações da AFP

A "oração" do grupo Pussy Riot contra Vladimir Putin