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Pussy Riot libertada diz que governo russo vigia ligações telefônicas do grupo

Integrantes da banda punk russa Pussy Riot (da esquerda para direita) Maria Alyokhina, Yekaterina Samutsevich e Nadezhda Tolokonnikova participam de audiência no tribunal municipal de Moscou (10/10/12)  - Natalia Kolesnikova/AFP
Integrantes da banda punk russa Pussy Riot (da esquerda para direita) Maria Alyokhina, Yekaterina Samutsevich e Nadezhda Tolokonnikova participam de audiência no tribunal municipal de Moscou (10/10/12) Imagem: Natalia Kolesnikova/AFP

Do UOL, em São Paulo

24/10/2012 15h39

Yekaterina Samutsevich, a Pussy Riot libertada pela Justiça russa, revelou em entrevista à revista “NME” que o governo do país está vigiando as ligações telefônicas das integrantes do grupo.

A ativista fez a declaração ao comentar como está seu envolvimento nas ações do grupo agora que foi solta. “Não quero sentar em casa sem fazer nada. Mas a situação é mais complicada pra mim agora, devo agir com cuidado. Eles escutam nossos telefones”.

Questionada sobre as condições na prisão, Yekaterina contou que ela e as colegas do Pussy Riot estavam sob “vigilância constante” e não tinham privacidade. “Era como em ‘Feitiço do Tempo’. Nós todas estávamos sob vigilância constante e toda nossa correspondência era lida. Comida, um banho por semana, era tudo suportável, mas se eles tentarem me levar de volta, ficarei louca”.

Campos de trabalho
As outras duas jovens integrantes do Pussy Riot que permanecem presas chegaram aos seus respectivos campos de reclusão, situados em regiões afastadas de Moscou, anunciou nesta quarta-feira (24) sua advogada.

Nadejda Tolokonikova "chegou ao campo de trabalho Nº14, na Mordóvia, e (Maria) Alejina chegou ao campo N°32, em Perm", declarou Violetta Volkova à agência de notícias Interfax.á

"Não temos informação oficial. Soube por minhas próprias fontes", acrescentou. A administração penitenciária russa tem a obrigação de informar aos familiares das jovens sobre sua chegada ao campo em um período de dez dias.

O campo Nº14 na Mordóvia (500 km a leste de Moscou) é famoso por suas duras condições de vida, enquanto o campo de Perm parece a opção mais favorável, já que está localizado em uma cidade, embora Perm esteja 1.400 km a leste de Moscou, onde vive o filho de Maria Alejina.

Tolokonikova, de 22 anos, e Alejina, de 24, são mães e foram condenadas em agosto a dois anos de prisão por terem cantado em fevereiro uma "oração punk" contra o presidente russo, Vladimir Putin, na catedral do Cristo Salvador de Moscou.

*Com informações da AFP