"Achei que o público jovem me estranharia", diz Ney Matogrosso sobre nova turnê

Vestindo um jeans básico e camiseta preta, o performático Ney Matogrosso apresentou a turnê "Atento Aos Sinais", em São Paulo, nesta terça (5). Plural como sua carreira, Ney comentou em cerca de uma hora desde o seu primeiro trabalho iluminando shows de Chico Buarque até os fervorosos anos 70 e seu contato com o público jovem.

Apesar do show ser baseado em um repertório de pop e rock fresco, Matogrosso diz que não tem a “pretensão de conquistar novos públicos”. "Os jovens gostam do Secos e Molhados e eu sou aquele camarada lá. Achei engraçado que não me estranharam, eles estavam muito abertos. Alguém sempre há de me estranhar, achei que o público jovem me estranharia”, comentou sobre os novos fãs.

Entre os compositores que ganharam versão de Ney estão o sambista Itamar Assumpção, Caetano Veloso e Paulinho da Viola. Compositores novos como Vitor Ramil e Dani Black, também fazem parte. "Acabei de fazer um trabalho mais introvertido, agora queria fazer algo com mais guitarra, mais pop mesmo", justifica.

Uma das músicas presentes no setlist é “Freguês da Meia Noite”, do rapper Criolo, com quem Ney já fez uma parceria no palco. "Foi  muito engraçado. Quando cantei com o Criolo, no Vivo Rio, deixei a música no tom dele. No final, ele começou a gritar para mim 'cafajeste, sujo, ordinário', e eu ficando excitado. Vou ver se ele topa gravar no disco", disse entre risos. 

Mesmo completando 40 anos de carreira em 2013, Ney diz que o projeto não é uma celebração ou comemoração do período, ao contrário do que diz a chamada do evento. "Não estou fazendo nada comemorativo. Por acaso são 40 anos, comecei em 73 com o Secos e Molhados, mas pra mim é só um passo, é a vida."

Longe das gravadoras, a turnê de “Atento aos Sinais” dará espaço a um álbum inspirado no setlist do show. Álbum que Ney lança pela primeira vez com patrocínio da Natura Musical. "Não estão me bancando, eu faria sem o patrocínio, não preciso secar meu bolso. Mas é confortável pra mim. Eu também não tenho nenhum problema em estar na Natura, eles têm feito coisas muito interessantes".

Sobre o álbum, em que ele canta versões de outros compositores, Ney reforça seu papel de intérprete e diz que para ele “tudo é inédito” no CD. “Alguns compositores são novos, nunca foram ouvidos pelo público. Tem uma música antiga do Paulinho da Viola que vou cantar e vai ser nova pra muita gente. Não tenho essa preocupação”.

Matogrosso relembra início como iluminador e anos 70

Responsável também pela direção artística do show, o cantor explica de onde vem sua paixão por iluminação. “Meu primeiro trabalho no Rio foi ser iluminador. E acabei por acaso iluminando os shows de gente que estava começando na época, como o Chico Buarque, o Caetano Veloso. Era o trabalho que tinha, hoje quando eu tenho tempo ainda faço. O último que fiz foi da Ana Cañas.”  

Ney também explicou que a parte visual do show foi escolhida por ele. “Estou com uma luz power, de rock and roll. Não gosto de usar coisas da moda, tipo LED, demorei pra aceitar os LEDs. Mas a gente colocou no show de uma forma bem bacana”, conta.

Em uma das passagens da apresentação, Matogrosso mostra diversas fases de sua vida. “Não que eu seja louco, não me considero louco. Mas tive uma vida muito engraçada. E isso é representado no show com várias fotos da carreira”, conta.

Questionado sobre sua fase favorita, o cantor relembra os anos 70 como seus favoritos. “Os anos 70 eram deliciosos, não existia doença, existia uma geração de sexo, drogas e rock and roll. A gente desfrutava disso tudo livre mesmo com a ditadura. Mas não sou saudosista”.

O figurino, assinado por Ocimar Versolato, com quem Ney trabalha desde 94, é criado no próprio corpo do artista, que também explica que precisou trocar um salto de 11 para 8 centímetros para ficar melhor acomodado no palco. Sobre a boa forma aos 71, ele diz que come pouco por opção e faz ginástica todo dia para aguentar a maratona das turnês.

Sobre o conceito da turnê, assim como tudo relacionado a sua vida, Ney diz que foi só uma criação, mas não há significado específico. “Vocês têm uma mania de achar que tudo tem significado. ‘Atento Aos Sentidos’ é o trecho de uma música chamada ‘Oração’, que eu gosto muito. Eu sou atento aos sinais, a vida, as pessoas, eu presto atenção. Tinha isso na música e eu achei que era interessante. Teve gente achando que era sobre o fim do mundo”.

Serviço
"Atento aos Sinais", de Ney Matogrosso
Quando: 8 a 10 de março de 2013. Horários: dias 08 e 09: 22h; dia 10: 20h. A casa abre 2 horas antes do espetáculo
Onde: HSBC Brasil – Rua Bragança Paulista, 1281 – Chácara Santo Antonio
Quanto:
Dia 8: preço único: R$ 80 em todos os setores
Dias 9 e 10:
Camarote A: R$ 260
Camarote B: R$ 200
Camarote C: R$ 120
Frisas: R$ 140
Cadeira Alta (Visão Parcial): R$ 80
setor VIP: R$ 260
setor 1: R$ 200
Setor 2: R$ 160
Setor 3: R$ 120
Setor 4: R$ 80
Pontos de venda:
- Bilheterias HSBC Brasil - Rua Bragança Paulista, 1281 / Chácara Santo Antônio (Horário de atendimento até o dia 23/12: segunda a sábado, das 10h às 21h e domingos e feriados, das 10h às 20h)
- Por telefone - Ingresso Rápido - Tel: 4003-1212 (Horário de atendimento: segunda a sábado, das 9h às 22h; formas de Pagamento: cartões de crédito Visa, Mastercard, Credicard, Diners);
- Pela internet - www.hsbcbrasil.com.br e www.ingressorapido.com.br (Formas de Pagamento: cartões de crédito Visa, Mastercard, Credicard, Diners);
- Pontos de venda físicos disponíveis em www.ingressorapido.com.br
Taxas através da Ingresso Rápido:
Compra em ponto-de-venda: 15% do valor do ingresso
Entrega em domicílio Grande São Paulo: R$ 15
Entrega em domicílio São Paulo Capital: R$ 10
Retirada na bilheteria: R$ 5
Capacidade: 1800 lugares
Censura: 14 anos (desacompanhados). Menores dessa idade somente acompanhados dos pais ou responsáveis.
Duração: Aproximadamente 1h30