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The Cure abre 3ª passagem pelo Brasil com show morno no Rio

The Cure se apresenta no HSBC Arena, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro - Fernando Maia/UOL
The Cure se apresenta no HSBC Arena, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro Imagem: Fernando Maia/UOL

Alexandre Coelho

Do UOL, no Rio de Janeiro

05/04/2013 03h31

O The Cure iniciou sua terceira passagem pelo Brasil – as outras foram em 1987 e 1996 – na noite de quinta-feira (4), em show no HSBC Arena, no Rio de Janeiro. Marcado para começar às 21h30, o show foi adiado em 30 minutos, por decisão da banda, em função de problemas no trânsito que atrapalharam a chegada do público.

Às 22h03, o grupo liderado por Robert Smith pisou no palco da arena para uma casa com apenas meia lotação – se a pista estava quase lotada, as arquibancadas tinham mais lugares vazios do que ocupados. O público – comportado e formado essencialmente por trintões e quarentões –, não incluiu imitadores do estilo gótico de Smith, como nos velhos tempos, e mesmo as camisetas da banda eram raras.

Com 53 anos de idade, Robert Smith exibiu uma silhueta bem mais gordinha do que a imagem com a qual seus fãs estavam acostumados. Os cabelos e a voz de timbre inconfundível, porém, continuam os mesmos. O figurino também, com toda a banda vestida com roupas pretas, seguindo à risca a cartilha dark oitentista. A camisa preta de Smith tinha ainda detalhes brilhantes, e seus assessórios incluíam fartos colares e pulseiras.

O show começou morno, com uma sequência de canções pouco conhecidas da maioria da plateia. A primeira reação mais animada veio na sexta música do set, o hit “Inbetween Days”, seguida do também sucesso “Just Like Heaven”, para delírio dos fãs. Falando pouco com o público e se alternando entre o violão e a guitarra, Robert Smith apenas arriscava um “obrigado”, em português, de vez em quando.

Entre outros blocos de músicas menos conhecidas surgia um ou outro clássico da banda. Foi assim com “Lullaby”, “A Forest” e, surpreendentemente, a bela e melancólica “Charlotte Sometimes”. Após “Friday I’m in Love”, uma das músicas do grupo mais queridas por aqui, vieram aplausos efusivos. Pouco depois, Smith soltou um dos poucos diálogos com o público: “Já faz 17 anos desde a última vez que tocamos aqui. Uau!”, observou, em inglês.

Duas horas e quinze minutos depois do início do show, a banda deu a primeira parada, voltou para um primeiro bis pouco inspirado e, após novo break, um último e extenso bis recheado de hits. Aí a arena virou festa ao som de clássicos dos anos 80 como “The Lovecats”, “The Caterpillar”, “Close to Me”, “Boys Don’t Cry”, “10:15 Saturday Night” e “Killing na Arab”, grand finale para uma apresentação de três horas e vinte minutos que não chegou a empolgar.

Para o servidor público Sérgio Aires, de 47, valeu esperar tanto tempo para voltar a ver os ídolos de perto. “Eu fui ao show de 1987 e ao de 1996. Sou fã da banda desde a juventude e, a cada nova geração de bandas que surge, mais eu prezo a qualidade musical do Cure”, comparou.

Já a microempresária Maria Helena Soares, de 41, levou a filha adolescente ao show e aproveitou para se esbaldar de dançar na pista, como nos tempos da new wave. “Adoro as bandas dos anos 80, mas o The Cure para mim é especial. E, melhor ainda, é poder passar isso para a minha filha”, contou, orgulhosa.

No sábado, o grupo toca na Arena Anhembi, em São Paulo.

Veja o repertório do show:

“Open”
“High”
“The End of the World”
“Love Song”
“Push”
“Inbetween Days”
“Just Like Heaven”
“From the Edge of the Deep Green Sea”
“Pictures of You”
“Lullaby”
“Fascination Street”
“Sleep When I’m Dead”
“Play for Today”
“A Forest”
“Bananafishbones”
“Shake Dog Shake”
“Charlotte Sometimes”
“The Walk”
“Mint Car”
“Friday I’m in Love”
“Doing the Unstuck”
“Trust”
“Want”
“The Hungry Ghost”
“Wrong Number”
“One Hundred Years”
“End”

Bis 1:
“Plainsong”
“Prayers for Rain”
“Disintegration”

Bis 2:
“Dressing Up”
“The Lovecats”
“The Caterpillar”
“Close to Me”
“Hot Hot Hot”
“Let’s Go to Bed”
“Why Can’t I Be You
“Boys Don’t Cry”
“10:15 Saturday Night”
“Killing an Arab”