Vanessa da Mata canta Tom Jobim e divide palco com Maria Bethânia em show no Rio

Em um show exclusivo para convidados e para a imprensa nesta terça-feira (9), no Vivo Rio, a cantora Vanessa da Mata emprestou sua voz a dezenas de sucessos do eterno maestro Antônio Carlos Jobim.

A apresentação inaugurou o projeto Viva Tom Jobim, que terá outros seis shows, em seis diferentes capitais do país, todos gratuitos e em espaços públicos. A participação especial da noite ficou por conta de Maria Bethânia, que dividiu o palco com a anfitriã em uma música e cantou sozinha outras três.

Na plateia, atrizes como Christiane Torloni e Adriana Esteves, jornalistas como Leilane Neubarth e Mylena Ciribelli, e figuras da cena musical como a cantora Ana Carolina e o produtor Liminha. O anúncio do projeto, que antecedeu o espetáculo, ficou por conta das Fernandas Montenegro e Torres.

Sob os arranjos sofisticados de Eumir Deodato e usando um longo vestido branco, Vanessa da Mata abriu a noite, às 22h15, com “Fotografia”. Para dar conta das releituras, a cantora contou com uma banda formada por baixo acústico, bateria, violão, guitarra, teclados e um naipe de cordas, bem ao feitio jobiniano. A sequência inicial aqueceu uma plateia comportada, ainda que receptiva, até que o primeiro arrasa-quarteirão do maestro, “Desafinado”, puxou os primeiros coros tímidos.

Vieram, então, “Eu Sei Que Vou Te Amar” e “Samba de Uma Nota Só”. Até que, no meio de “Chega de Saudade”, como que interrompendo o canto suave de Vanessa, surgiu o vozeirão de Maria Bethânia. A diva e a anfitriã da noite dividiram a interpretação da música e, em seguida, Vanessa deixou o palco para a mestra baiana, que convidou Wagner Tiso para acompanhá-la ao piano.

Em um dos momentos mais emocionantes da apresentação, Bethânia arrasou em “Dindi”. Cantou ainda “Modinha” e devolveu os holofotes a quem era de direito aos versos de “Se Todos Fossem Iguais a Você”, apontando para a imagem de Tom, no telão ao fundo do palco, enquanto saía de cena.

Vanessa voltou ao palco com “Wave”, mostrou segurança com uma versão à capela de “O Que Tinha de Ser” e fez menção ao discreto lado político do maestro com “Sabiá”, enquanto imagens do período do regime militar eram exibidas no telão. Depois de uma sucessão de sambas – “Samba do Avião”, Só Danço Samba” e “Piano na Mangueira” – a cantora fechou o set com o clássico “Falando de Amor”. No rápido bis, ainda recebeu flores antes de reprisar “Eu Sei Que Vou Te Amar”, encerrando uma apresentação com uma hora e 20 minutos de duração.

Para o arquiteto Sérgio Albuquerque, fã do compositor, a obra de Tom Jobim ganhou uma nova e poderosa intérprete. “A Vanessa não tem um vozeirão, mas tem um timbre belíssimo e é muito afinada. Sua forma de cantar se encaixa perfeitamente às composições do Tom”, avaliou ao final da apresentação.

Já o estudante de direito Maurício Espínola, que é admirador de Vanessa da Mata, se surpreendeu com o mergulho da cantora na obra de Tom Jobim, proposto pelo projeto. “Acho que me acostumei a uma Vanessa mais pop, mesmo que ela faça parte de uma nova MPB. Mas acredito que esse trabalho, com um repertório só de músicas do Tom Jobim, possa abrir ainda mais o mercado internacional para ela”, aposta.

O projeto Viva Tom Jobim é a sequência da experiência que, em 2012, levou para os palcos a obra de Elis Regina interpretada por sua filha, Maria Rita. O espetáculo Viva Tom Jobim passará ainda por Salvador (21/4), Recife (28/4), Brasília (5/5), Porto Alegre (19/5), São Paulo (26/5) e Rio de Janeiro (data ainda não definida).

Veja o repertório do show:

“Fotografia”

“Este Seu Olhar”

“Só Tinha de Ser com Você”

“Chovendo na Roseira”

“Caminhos Cruzados”

“Por Causa de Você”

“Desafinado”

“Eu Sei Que Vou Te Amar”

“Samba de Uma Nota Só”

“Chega de Saudade”

“Dindi”

“Modinha”

“Se Todos Fossem Iguais a Você”

“Wave”

“Correnteza”

“O Que Tinha de Ser”

“Sabiá”

“Samba do Avião”

“Só Danço Samba”

“Piano na Mangueira”

“Lamento no Morro”

“Falando de Amor”

Bis:

“Estrada do Sol”

“Eu Sei Que Vou Te amar” (repetida)