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Vaias e aplausos marcam a última noite de atividades do Studio SP

Carlos Minuano

do UOL, em São Paulo

03/05/2013 07h46

Vaias e aplausos marcaram a última noite de atividades do Studio SP, endereço badalado de São Paulo que fechou as portas na madrugada desta sexta-feira (3). A casa ficou conhecida por abrir espaço para uma renovação da cena musical brasileira e vitalizar a região, que ficou conhecida como Baixo Augusta.

Os aplausos foram para convidados especiais que subiram pela última vez no palco da casa: Criolo, Emicida, Tulipa Ruiz, Kamau e as bandas Metá Metá e Instituto. As vaias foram de quem não conseguiu entrar. Mais de 100 pessoas aguardaram para conferir os shows do lado de fora onde foi instalado um telão com transmissão ao vivo dos shows. Mas a transmissão deixou a desejar.

A imprensa também não teve acesso – com exceção da TV Cultura. A festa de despedida deve virar um documentário, dirigido pela atriz Leandra Leal, que circulou dentro e fora da casa, mas que não quis falar com a reportagem do UOL. “Estou trabalhando”, desconversou a atriz.

Muitos reclamaram por não conseguir um dos 350 ingressos que foram vendidos rapidamente. Uma boa parte esperava conhecer a famosa casa pela primeira vez, mas não entrou. Foi o caso de Alana Sena, 30, que lamentava do lado de fora por não ter ido antes. “É aquele tipo de lugar que você acha que não vai fechar nunca”, conta a garota.

Na fila de entrada, mais prevenida, com convite pra entrar e frequentadora da casa há cerca de um ano, Patrícia Ollitta, 25, também lamentava o fechamento. “Cultura em São Paulo perde bastante, essa casa era única para certos tipos de música”.

Mais conformada, e também com a entrada garantida, Darida Rodrigues, 23, acredita que a casa ficou pequena para a proposta que lançou. “Estava enchendo demais”. Para ela, o ideal é que tivessem outros endereços com propostas semelhantes.

Muitos se questionavam sobre o motivo do fechamento. Para alguns a especulação imobiliária era a responsável, outros diziam que a atriz Leandra Leal (namorada de Alê Youssef, um dos sócios da casa) é que estaria por trás do encerramento das atividades da casa, que deve manter as portas abertas no Rio.

O motivo divulgado por um dos sócios, ao divulgar que a casa fecharia, foi a especulação imobiliária na região, muito valorizada, por ironia, pelo agito cultural que a própria casa promoveu.

Quem abriu a derradeira noite de apresentações foi o Metá Metá (grupo de Thiago França, Kiko Dinucci e Juçara Marçal), seguido por Curumin, Kamau, Tulipa Ruiz e Criolo. O último suspiro da casa foi em torno de 2h da madrugada – difícil precisar devido as falhas na transmissão do telão, mas o agito na Augusta, entretanto, avançou madrugada adentro.