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Com Nanda Costa, filme sobre Planet Hemp começa a ser rodado em outubro

O Planet Hemp em imagem de 1996, após a morte de Skunk - FSP-Folhateen-05.08.96
O Planet Hemp em imagem de 1996, após a morte de Skunk Imagem: FSP-Folhateen-05.08.96

Do UOL, em São Paulo

16/05/2013 14h10

Enquanto Marcelo D2 divulga o seu sexto álbum solo de estúdio, “Nada Pode Me Parar”, o diretor brasileiro Johnny Araújo dá os últimos retoques no roteiro do longa que contará a história da amizade de D2 e Skunk, fundadores do Planet Hemp, nos cinemas. Previsto para ser lançado em 2011, o filme tem uma nova data de filmagem: o segundo semestre de 2013.

“A gente tá finalizando o roteiro, está bem no finalzinho, a previsão de filmagem é pra esse ano ainda, entre outubro e novembro”, comenta o diretor ao UOL. O elenco do filme inclui a atriz Nanda Costa, a Morena de “Salve Jorge”, que será a mãe de Stefan, filho do cantor. O ator Fabricio Boliveira, de “Subúrbia” e “Faroeste Cabloco” será Skunk e Stepan Nercessian interpretará o pai de Marcelo. O processo de escolha de D2 ainda está em andamento. Depois de 60 avaliações, Johnny chegou a dois favoritos, mas ainda não decidiu quem viverá o vocalista.

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“O único que não bati o martelo foi no Marcelo, a gente está em dúvida entre dois atores. Como o Marcelo é uma figura muito presente ainda, não é de um cara que não está mais aqui, ele é superativo e tal, você tem a comparação imediata”, explica o diretor. Mesmo sem adiantar quem são os dois atores, Araújo diz que pra levar o rapper para o cinema “o ator precisa ter carisma, o olho no olho, essa coisa de ser comunicativo e cativante do D2. Não me peguei em semelhança física, claro que não dá pra colocar completamente diferente, mas o filme não é muito musical, não é sobre o Planet, é a relação dos dois amigos.”

O escolhido também não precisa ser um talento nos vocais. Johnny diz que “a música é pano de fundo, por isso a parte de cantar é mais tranquila. Não é a cena musical, como o Legião, tem cena de show, mas não é uma coisa muito técnica de cantar, é mais rap, mais falado”, explica.

A demora no lançamento – o projeto tem cerca de quatro anos – é atribuída à arrecadação. “Como todos os filmes aqui, a maior parte dele é de grana de lei de incentivo e tem alguns patrocinadores. Você está falando de um cara superpop, mas não quer dizer que seja um projeto comercial, tão fácil de vender. O mercado está muito focado em comédia romântica ou só humor, as distribuidoras estão naturalmente focando mais nisso. O Planet sempre vai ser um assunto polêmico, até hoje as pessoas ligam o Planet a prisão deles e uma coisa é o Marcelo outra é a banda.”

A atuação de Nanda Costa como protagonista de "Salve Jorge" também foi um fator no atraso. “A gente precisou segurar um pouco a onda, porque a novela são quase oito meses, meio que esperamos”.

Produzido pela Academia de Filmes, o filme tem a presença constante de D2 com opiniões e pesquisa. “Fizemos um projeto de pesquisa gigantesco, entrevistamos muita gente da época. Porque o Skunk faleceu faz muito tempo, a família é pequena, ele tem um irmão, a gente teve que correr atrás de quem era esse cara, sobre a época, no comecinho dos anos 90. A Lapa era muito diferente, não era um ponto turístico como hoje, era um lugar frequentado por músicos, escritores, poetas. Ele deu várias dicas nesse ponto.

Questionado se é um momento para lançar filmes musicais – uma vez que a história de Gonzaguinha foi premiada no Festival de Brasília e que, no primeiro semestre de 2013, dois filmes sobre a Legião Urbana estão em cartaz –, Johnny diz que o Brasil tem uma cultura de filmes como este. 

"Eu acho que o Brasil tem esse histórico, começa com o Cazuza, o Breno fez o Gonzaga, tem “Dois Filhos de Francisco”, o Tim Maia vai ser filmado agora, li uma nota sobre um filme do Calypso, mas acho que é uma característica do Brasil.”

O filme tem início no fim da década de 1990 e mostra como D2 e Skunk, que trabalhava como camelô na Lapa, se conheceu e começou a tocar junta. Passa pela descoberta da AIDS de Skunk até a morte do vocalista e a gravação do primeiro álbum do grupo, dedicado ao músico, “Usuário”, de 1995.