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Tecladista Ray Manzarek, fundador do The Doors, morre aos 74 anos

Do UOL, em São Paulo*

20/05/2013 18h39Atualizada em 20/05/2013 20h58

O tecladista Ray Manzarek, um dos fundadores do The Doors, morreu aos 74 anos na Alemanha após complicações por conta de um câncer no ducto biliar. A informação foi confirmada pelo perfil oficial da banda no Twitter e no Facebook nesta segunda-feira (20).

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Manzarek morreu às 12h31 no horário da Alemanha, na cidade de Rosenheim, onde estava internado. Na hora da morte, ele estava cercado pela mulher Dorothy Manzarek e pelos irmãos Rick and James Manczarek no centro médico RoMed. Não foram divulgadas informações sobre o velório e o enterro do músico.

Além da mulher e dos irmãos, Manzarek deixa o filho Pablo.

Carreira

O artista fundou o The Doors em 1965, quando encontrou o poeta Jim Morrison em Venice Beach, na costa oeste dos Estados Unidos.

Entre os sucessos da banda conhecidos internacionalmente estão, entre outros, "Light My Fire", "L.A. Woman" e "Riders on the Storm".

Manzarek foi o responsável pela assinatura sonora do The Doors, incluindo o órgão marcante em canções como "Light My Fire". Outros sucessos incluíram "Break On Through to the Other Side," "The End" e "Hello, I Love You."

Em 1998, ele escreveu o best-seller sobre sua vida na banda, intitulado "Light My Fire: My Life with The Doors" ('Light My Fire': Minha vida com o The Doors, em tradução livre). No longa "The Doors: o Filme" (1991), de Oliver Stone, ele foi interpretado por Kyle McLachlan.

O The Doors foi uma das maiores bandas dos anos 1960, vendendo mais de 100 milhões de álbuns, e ganhando 19 discos de ouro, 14 de platina e cinco de multi-platina só nos Estados Unidos.

Morrison, o carismático vocalista do grupo que revolucionou o rock psicodélico, morreu repentinamente, em 1971, aos 27 anos, decretando o fim de seu auge, embora o The Doors tenha continuado a se apresentar e a fazer músicas com diferentes formações.

O corpo do cantor foi encontrado dentro da banheira do apartamento que mantinha em Paris e chocou os fãs da banda. Como nunca foi submetido a uma necropsia, várias teorias conspiratórias surgiram para explicar a sua morte. Seus restos mortais acabaram sendo sepultados no cemitério Père Lachaise, na capital francesa, ao lado de outros notáveis, como os escritores Marcel Proust, Gertrude Stein e Oscar Wilde.

Jim Morrison mudou-se para Paris depois do lançamento de "L.A. Woman", em 1971, e viveu no distrito do Marais, na época fora do circuito badalado da capital francesa, com a companheira Pamela Coulson. Foi ela quem o encontrou morto e a causa da morte oficialmente mencionada foi ataque cardíaco.

Manzarek, que se empenhou por manter acesa a chama do The Doors, chegou a sugerir outra possibilidade. Lembrando uma conversa mantida com Morrison em 1970, ele questionou se o intenso vocalista não teria simplesmente fingido a sua morte para iniciar uma nova vida incógnito.

Depois da morte do amigo e companheiro de banda, em 1971, Manzarek deu prosseguimento a sua carreira como autor bem sucedido e artista nomeado ao Grammy. Uma das marcas de Manzarek era a de conseguir substituir o baixo com suas melodias no teclado, já que a banda não possuía um baixista.

Em 2002, Manzarek voltou a tocar com Robby Krieger, guitarrista do The Doors e idealizador de "Light My Fire", em turnê para reviver o nome da banda, uma dos principais grupos da década de 1960.

Ao comentar sobre a morte do companheiro de banda, Krieger afirmou estar arrasado. "Eu sou grato por ter recebido a oportunidade de tocar as músicas do Doors com ele na última década", disse. "Ray era uma grande parte da minha vida e eu sempre sentirei sua falta.

Repercussão

O ator Elijah Wood e o guitarrista Slash se manifestaram rapidamente após o anúncio da morte.

Wood afirmou estar triste com a notícia. "O fim. Triste ouvir sobre o falecimento de Ray Manzarek". "O fim" é a tradução em português de "The End", uma das músicas mais famosas do grupo.

Já Slash disse que não tinha sequer palavras para descrever o sentimento. Para o vocalista da banda britânica The Charlatans, hoje é um dia triste para a música.

* Com informações da AFP