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Roupas pretas e tatuagens dão o tom do rock pesado no Rock in Rio

Fabíola Ortiz

Do UOL, no Rio

19/09/2013 19h18

Cabelos multicoloridos, roupas pretas e muitas tatuagens dão o tom do público no Rock in Rio nesta quinta-feira (19). O festival entra no seu quarto dia e com rock pesado. Ser roqueiro é atitude, afirmam os fãs do Metallica ouvidos pelo UOL.

“Eu sou um pouco de cada estilo dentro do rock. O que eu mais curto é o punk, hard rock e metal. Junta tudo e sou eu”, disse Isis Mendonça, 18. Corajosa, a menina que mora em Miguel Pereira, na Região Serrana do Rio, veio sozinha ao evento.

Para conseguir comprar ingressos para três dias do festival, ela conta que esteve grudada no computador no dia em que as vendas on-line iniciaram. “Fiquei com três computadores ligados em vários navegadores. Hoje faltei aula, estou em semana de prova”, disse.

Isis veio nesta quinta especialmente para ver o Metallica. Ela já esteve no show da banda californiana na edição do Rock in Rio em 2011. A jovem é fã de Sebastian Bach que tocou no Palco Sunset, da banda Alice in Chains que sobe hoje às 22h10 no Palco Mundo e do Iron Maiden, que fecha o evento no domingo (22).

“Rock é atitude, estilo de vida”, disse Isis, ressaltando que não se produz apenas para os shows. Ela se veste de preto normalmente e usa botas de cano alto, espartilho e muita corrente de metal.

  • Adriano Ishibashi/Frame/Estadão Conteúdo

    Jeová Silva, 37, vestido como o vocalista da banda Ghost, Papa Emeritus II

"O preto é a marca do roqueiro"
Já o paraense Jeová Silva, 37, veio a caráter do vocalista do Ghost, Papa Emeritus II. “Eu vim vestido de Papa Ghost com essa mesma roupa que ele se apresenta. Sou super-roqueiro desde 11 anos de idade”, disse ao UOL Jeová, que tirou férias para passar cinco dias no Rock in Rio.

Para ele, o roqueiro é uma pessoa livre. “Ninguém manda nele, ele gosta de viver a vida, quer ser liberto. O preto é a marca do roqueiro”.

O grande destaque da noite, na opinião de Jeová, será Metallica. “Este é o terceiro show que vou do Metallica, estive em 2009 em São Paulo e no Rock in Rio de 2011. Quero repetir a dose de novo”.

Sua meta é ficar colado na grade para ver o grande show da noite e afirma não ter medo do tumulto ou de passar mal. “Metallica é tudo de bom, eles sempre se renovam e tem uma coisa nova para mostrar aos fãs”.

Outro que veio de longe é o tatuador Paulo Koi, 42, de Minas Gerais. Ele tem 70% do corpo tatuado. Para Koi, o roqueiro é amante de adrenalina.

“Sou demais roqueiro, gosto de metal desde os 12 anos. Tudo de bom da vida tem no metal”, garantiu.

Metal no Palco Sunset

No dia do metal, bandas brasileiras e estrangeiras já passaram pelo Palco Sunset. Primeiro, as bandas Dr. Sin e República, com o guitarrista Roy Z,  deram o tom da mudança de ares no quarto dia de Rock in Rio -- o primeiro fim de semana foi marcado pelo pop de artistas como Beyoncé e Justin Timberlake -- tocando músicas próprias e encerrando o show com uma versão mais pesada de "You Really Got Me", da banda Kinks, que também fez sucesso na regravação do Van Halen.

Em seguida, o ex-Angra Edu Falaschi voltou ao festival com a Almah e, já na parte final da apresentação, convidou os gaúchos do Hibria, que empolgaram o público com o cover de "Rock And Roll" do Led Zeppelin em um tributo às "raízes do heavy metal".

Edu prestou uma homenagem "à força" para o desenho japonês "Cavaleiros do Zodíaco", a pedidos do público. "Essa não", disse ele, aos risos. Mas acabou cedendo e cantou um trecho do tema já interpretado por ele em shows anteriores. Enquanto alguns fãs pediam, outros abaixavam a cabeça neste momento. 

Depois, veio Sebastian Bach, que teve problemas com o som. Ex-vocalista do Skid Row, Bach apresentou sucessos como "18 And Life" e "I Remember You".
 
Sepultura no Mundo
No Palco Mundo, o Sepultura se juntou ao grupo francês de percussão Tambours du Bronx, em uma apresentação gravada que será lançada em DVD. "The Mediator Between the Head and Hands Must be the Heart", que deve sair logo após o festival.
 
Antes do show, Andreas Kisser conversou com o UOL nos bastidores e contou que o show será "muito especial". "Nós fizemos esse projeto em 2011 e foi um risco, a gente nem sabia o que ia acontecer, nunca tínhamos nos apresentado junto dessa forma", lembrou o guitarrista. "Agora ensaiamos uma vez aqui no Rio e funcionou muito bem. A gente já se conhece melhor, tem uma química que rola muito tranquila. Eles são muito bem organizados. Se fosse um bando de louco, seria difícil, mas eles são impecáveis", elogiou.