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Banda Ouro Negro dispersa plateia jovem de Mallu Magalhães no Rock in Rio

Mariana Tramontina

Do UOL, no Rio

20/09/2013 16h04

Artista mais nova a se apresentar no Rock in Rio 2013 --o mais velho foi George Benson, com 70 anos-- Mallu Magalhães, de 21, subiu ao Palco Sunset nesta sexta-feira (20) para dividir a cena com dois veteranos da música brasileira: o maestro Mário Adnet e o saxofonista Zé Nogueira com a banda Ouro Preto. Entre bossas e sambinhas, o show teve uma essência tipicamente brasileira, que casou com o clima ensolarado da tarde carioca.

Mallu entrou em cena às 16h sob gritos de "linda" e "maravilhosa" dos fãs, e recebeu com um sorriso tímido. As quatro primeiras músicas que cantou saíram de seu álbum mais recente,"Pitanga" (2011): "Cena", "Ô, Ana", "Olha Só, Moreno" e a bilíngue "In The Morning", todas acompanhadas pelas vozes da plateia.

Ao convidar a Banda Ouro Negro ao palco, depois de 15 minutos de apresentação solo, Mallu enfrentou um rápido problema com o equipamento do baterista e também com seu retorno de som, mas tirou de letra, bem diferente do episódio ocorrido no festival Planeta Terra em 2012, quando chorou publicamente por causa de falhas técnicas ao vivo.

Mallu deu voz às interpretações que a banda Ouro Negro fez de "Lost Apetite", "Oduduá [What's My Name]" e "Make Mine Blue", todas de Moacir Santos, e "Tim Dom Dom", famosa nova voz de Jorge Ben Jor. Com a plateia predominantemente jovem, as músicas não empolgaram tanto, mas foram acompanhadas com atenção. 

Quando Mallu deixou o palco para uma apresentação da Banda Ouro Negro, os mais jovens começaram a se dispersar. "É legal a banda, complementou o show, mas quando ela saiu do palco a gente sentiu falta. Só está ajudando a passar o tempo", disse Rayane Cunha, 17, que ressaltou a admiração pela cantora por causa da personalidade e do sorriso dela.

Antes de tocar "It Don't Mean a Thing", Mário Adnet fez as honras. "Agora vamos fazer um Duke Ellington para vocês", disse ele. A platéia não reagiu, Mallu riu e fez a tradução. "Ou seja, um suíngue. E vai ser bom". O show voltou a ter melhor recepção quando Mallu cantou "Sambinha Bom" e finalizou com "Velha e Louca".

Radicada em Portugal com o marido, o músico Marcelo Camelo, Mallu volta a um grande festival depois do Planeta Terra, em 2012.

A atração mais esperada desta sexta-feira (20), quinto dia do Rock in Rio, é a banda Bon Jovi, que tocará sem seu baterista Tico Torres -- internado novamente para uma cirurgia e que será substituído por Rich Scannella. O Palco Mundo recebe ainda Nickelback, Machtbox Twenty e Frejat.

O norte-americano Ben Harper, que se apresenta ao lado de Charlie Musselwhite, é o destaque do Palco Sunset, onde também tocam The Gift e Afrolata e Grace Potter and The Nocturnals e Donavon Frankenreiter.

A vez do rock no Rio

A segunda parte do Rock in Rio, que conta com atrações mais roqueiras e pesadas do que na semana passada, teve início nesta quinta-feira. O destaque da noite foi a apresentação do Metallica, que voltou ao festival após dois anos, com repertório que revirou praticamente toda a discografia da banda em um show de 2 horas e 10 minutos de duração.

O saudosismo também deu as cartas no show dos veteranos do grunge Alice in Chains, que levaram os fãs de volta ao ano de 1992, época em que a banda lançou "Dirt", um de seus álbuns mais celebrados, que ajudou a compor o repertório da apresentação.

Principal palco do festival, o Mundo teve ainda nesta quinta os brasileiros do Sepultura, que tocaram junto com o grupo francês de percussão Tambours du Bronx, e os suecos do Ghost BC, em sua apresentação performática repleta de provocações à igreja católica que não animou muito o público da Cidade do Rock.

Pelo Palco Sunset, passaram nesta quinta-feira dois antigos conhecidos dos fãs de rock no Brasil: o ex-Skid Row Sebastian Bach e Rob Zombie, que já tinha vindo ao país em 1996 à frente da banda de metal White Zombie.