Topo

Com "visita" de Bob Burnquist, Ben Harper celebra blues no Rock in Rio

Do UOL, no Rio

20/09/2013 19h34

O som de gaita e o ritmo do blues -- e os gritos histéricos da linha de frente da plateia -- marcaram o show de estreia de Ben Harper no Rock in Rio, executado ao lado do artista Charlie Musselwhite no início da noite desta sexta-feira (20), quinto dia de festival. A dupla encerrou as atividades do dia no Palco Sunset. No mesmo palco, já tocaram os artistas The Gift e AfrolataGrace Potter and The Nocturnals e Donavon Frankenreiter e Mallu Magalhães com a Banda Ouro Preto.

A apresentação não foi das mais fáceis para a plateia, acostumada com os principais hits do artista, que deixou de lado o lado pop para realizar um show baseado em várias versões de sucessos do blues. Com muita movimentação na plateia, as pessoas se dividiam entre as que prestavam atenção no som de alta qualidade que vinha do palco e outras, que desistiam do show para ir comer ou esperar o Matchbox 20 no Palco Mundo.

Como é de praxe, o conjunto falou mais alto no show e mesmo um artista com Harper procura ser discreto e se manter como "apenas mais um" em meio a outros músicos talentosos. Harper também pouco interagiu com o público, assim como Musselwhite. Ambos deixavam a música falar por eles, com canções que recriaram a atmosfera intimista do blues tradicional americano, em especial a voz em tom melancólico, quase lamentoso.

Recentemente, os dois revisitaram o passado do blues com álbum "Get Up!", que contém faixas com diversas influências típicas do estilo, com destaque para o grande trabalho com a gaita harmônica desempenhado por Musselwhite.

Público
A apresentação competente de Harper e Musselwhite foi recebida com bons olhos por parte do público. Mesmo sem conhecer as músicas, houve quem permanecesse no Palco Sunset somente para "curtir o som".

Foi o caso do casal de engenheiros Mário Jorge e Andréia Albuquerque, que chegou ao local depois do início do show. "Por mim, pode continuar desse jeito", disse ele ao ser questionado sobre as músicas pouco conhecidas por parte do público -- que esvaziou o setor da Cidade do Rock mesmo antes do fim. Outros preferiam conversar em círculos enquanto o blues servia como música de fundo para o papo.

A animação maior, curiosamente, veio quando a banda estava sendo apresentada por Harper. Entre os nomes, o cantor citou o skatista brasileiro Bob Burnquist como um dos talentos no palco. O esportista por sua vez deu uma "gravata carinhosa" com os braços no norte-americano, no momento mais descontraído do show.

Para os engenheiros químicos Rafael Lopes e Nádia Armelin, que acompanharam os 20 minutos finais da apresentação, o show foi ótimo, mesmo com musicas pouco comuns aos fãs do trabalho mais pop de Harper. "A minha expectativa era outra", confessa Nádia. "Mas as músicas estão bem legais, o clima é gostoso.". Já para Rafael, que esteve no show do Metallica realizado há menos de 24 horas, o som de Harper estava melhor. "O show principal de ontem estava com som muito alto, com péssima qualidade", reclamou o fã, que afirmou ter se deslocado por diversos pontos na Cidade do Rock para tentar captar um som melhor, sem sucesso.

A atração mais esperada desta sexta-feira (20), quinto dia do Rock in Rio, é a banda Bon Jovi, que tocará sem seu baterista Tico Torres -- internado novamente para uma cirurgia e que será substituído por Rich Scannella. O Palco Mundo recebe ainda Nickelback, Machtbox Twenty e Frejat.

O norte-americano Ben Harper, que se apresenta ao lado de Charlie Musselwhite, é o destaque do Palco Sunset, onde também tocam The Gift e Afrolata e Grace Potter and The Nocturnals e Donavon Frankenreiter.

A vez do rock no Rio

A segunda parte do Rock in Rio, que conta com atrações mais roqueiras e pesadas do que na semana passada, teve início nesta quinta-feira. O destaque da noite foi a apresentação do Metallica, que voltou ao festival após dois anos, com repertório que revirou praticamente toda a discografia da banda em um show de 2 horas e 10 minutos de duração.

O saudosismo também deu as cartas no show dos veteranos do grunge Alice in Chains, que levaram os fãs de volta ao ano de 1992, época em que a banda lançou "Dirt", um de seus álbuns mais celebrados, que ajudou a compor o repertório da apresentação.

Principal palco do festival, o Mundo teve ainda nesta quinta os brasileiros do Sepultura, que tocaram junto com o grupo francês de percussão Tambours du Bronx, e os suecos do Ghost BC, em sua apresentação performática repleta de provocações à igreja católica que não animou muito o público da Cidade do Rock.

Pelo Palco Sunset, passaram nesta quinta-feira dois antigos conhecidos dos fãs de rock no Brasil: o ex-Skid Row Sebastian Bach e Rob Zombie, que já tinha vindo ao país em 1996 à frente da banda de metal White Zombie.