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Para Alceu Valença proibir biografias não autorizadas é "calar a história"

O cantor Alceu Valença afirmou que a ideia de pagar para biografados é "imoral" - Marcelo Correa/Divulgação
O cantor Alceu Valença afirmou que a ideia de pagar para biografados é "imoral" Imagem: Marcelo Correa/Divulgação

Do UOL, em São Paulo

10/10/2013 12h45

O cantor e compositor Alceu Valença se posicionou contra a proibição de biografias não autorizadas em um post divulgado em seu Facebook. Para o autor de “La Belle De Jour” e “Anunciação”, a proibição colocaria a liberdade de expressão em xeque.  “O que é pior: a mordaça genérica ou a suposta difamação?”, contesta.

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“Fala-se muito em biografias oportunistas, difamatórias, mas acredito que a grande maioria dos nossos autores estão bem distantes desse tipo de comportamento. Arrisco em dizer que cerceá-los seria uma equivocada tentativa de tapar, calar, esconder e camuflar a história no nosso tempo e espaço. Imaginem a necessidade de uma nova Comissão da Verdade daqui a uns 20 anos...”, disse o compositor, se referindo ao trabalho do grupo que investiga violações de direitos humanos ocorridas no período ditatorial no Brasil.

Alceu postou a mensagem após grandes nomes da MPB, como Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil e Djavan endossarem o grupo Procure Saber. Com ar de associação e liderado pela empresária Paula Lavigne, ex-mulher de Caetano, o grupo se posicionou contra o comércio de biografias não autorizadas.

Em entrevista ao jornal “Folha de S. Paulo”, Paula afirmou que questões como liberdade de expressão e direto a informação são “pura retórica”. “Se alguém quiser escrever uma biografia e publicá-la na internet sem cobrar, tudo bem. O problema é lucrar com isso”.

Alceu afirmou que o assunto lhe rendeu uma tarde de reflexão. “Definitivamente, a questão não é financeira. A ideia de royalties para os biografados ou herdeiros me parece imoral. Falem mal, mas me paguem...(?) é essa a premissa??? Nem tudo pode se resumir ao vil metal!”, opina Alceu.