Primeira impressão: Lady Gaga mistura referências e enche "Artpop" de hits
"Artpop", o terceiro disco de estúdio de Lady Gaga, circula pela internet desde sábado (2), mas a partir desta terça-feira já pode ser ouvido oficialmente no iTunes (apenas na loja norte-americana). E logo na primeira audição nota-se: a cantora, que começou a carreira compondo para outros artistas pop, vai continuar como figurinha carimbada nas paradas.
Embora esteja envolta em uma proposta artística tão ambiciosa quanto confusa --que já vem estampada na capa do disco, cheia de referências de Botticelli a Jeff Koons --, Gaga entrega 15 canções extremamente dançantes, guiadas pelo house e pelo electro, já característicos de sua música.
No quesito pista, "Venus" e "G.U.Y". vão deixar os fãs loucos com batidas frenéticas. Mas em busca de algum frescor, Gaga e seu time imenso de produtores foram atrás de algumas pitadas discretas de outros gêneros.
O rock e a guitarra se fundem ao bate estaca em "Aura", que abre o disco com guitarras imitando uma cítara e com batidas parecidas com Daft Punk. Pitadas de R&B aparecem apenas como inspiração em "Sexxx Dreams". "Do What U Want", com participação de R. Kelly, é uma deliciosa música black travestida de electro. E a gangsta "Jewels N' Drugs" é o exemplo mais pesado de hip-hop no disco.
As letras não são grandes arroubos. Tem canções sobre moda ("Donatella", cuja a musa é a estilista herdeira da Versace, e "Fashion!"); sobre estilo de vida da loucura e diversão ("Mary Jane Holland"); ou sobre dependência química comparada à falta de uma pessoa ("Dope", uma balada com sintetizadores enigmática).
Em "Applause", o hit já conhecido que só entrou no disco a pedido dos executivos da gravadora, é a música em que a cantora traz realmente uma reflexão interessante sobre sua condição de famosa, amada e odiada em proporções iguais. "Eu estou aqui / esperando para você bater no gongo / para arrebentar o crítico que diz: 'isso é certo ou é errado?'", diz a letra.
A faixa-título poderia, enfim, revelar a ideia por trás do disco, até então oculta, mas é a que menos impressiona e poderia estar em qualquer álbum anterior da cantora, como sobra. Na letra, ela pede para os ouvintes virem sem "subtextos e fantasias". "Minha Artpop pode significar qualquer coisa", canta.
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