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Grupo croata processa Bob Dylan por comentário considerado racista

Do UOL, em São Paulo

02/12/2013 09h19

Reconhecido por ter apoiado o movimento pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos na década de 60, Bob Dylan agora está sendo processado por racismo.

Representantes do Conselho de Croatas na França entraram com uma queixa-crime contra entrevista dada em 2012 , onde Dylan fazia um comparativo entre croatas e nazistas.

“Os comentários de Dylam foram um incitamento ao ódio”, afirmou o secretário do grupo, Vlatko Maric, segundo o jornal "The Guardian". Ele ainda disse que o Conselho está à espera de um pedido de desculpas.

A polêmica surgiu há mais de um ano, em uma entrevista que Dylan concedeu ao jornalista Mikal Gilmore da revista “Rolling Stone”. Entre os vários assuntos abordados na conversa, a escravidão e o racismo foram temas e a guerra fria entre Sérvia e Croácia serviu como exemplo em uma das respostas.

“[Os Estados Unidos] é todo fodido na questão de cor [de pele]”, disse o compositor. “Os negros sabem que alguns brancos não queriam desistir da escravidão – que se eles estivessem em seus próprios caminhos, eles estariam ainda no tronco. Se você tem um senhor de escravos ou [Kux Klux] Klan em seu sangue, os negros podem sentir isso. Isso permanece até hoje. Assim como os judeus podem sentir sangue nazista e os sérvios podem perceber o sangre croata”.

Logo após a publicação da entrevista, algumas estações de rádio croatas baniram as canções de Dylan da programação. O conselho apresentou sua queixa em 2012, nomeando o compositor e a publicação como réis. “Não temos nada contra a revista ‘Rolling Stone’ ou Bob Dylan como cantor. [Mas] Você não pode equiparar os crimes da guerra croata com todos os outros croatas”, afirmou Maric.

Há um mês, Bob Dylan foi condecorado na França com a ordem da Legião de Honra pela ministra da Cultura no país, Aurélie Filippetti.

"Você representa melhor do que ninguém, aos olhos da França, esta força subversiva da cultura que pode mudar as pessoas e o mundo", declarou Filippetti, entregando a condecoração de cavaleiro da Legião de Honra ao cantor americano de 72 anos.