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Trabalhar com Axl é uma benção, diz guitarrista do Guns N' Roses

Leonardo Rodrigues

Do UOL, de São Paulo

19/03/2014 14h24

Daren Jay Ashba, o DJ, é aquele operário padrão extremamente dedicado. Dono de um emprego invejado por muitos, que já foi de Slash, o tatuado guitarrista do Guns N´ Roses é só elogios ao polêmico patrão, com quem desembarca pela terceira vez no Brasil, nesta quinta-feira (20). A agenda de nove shows no país começa no Rio de Janeiro, na HSBC Arena, e só termina em Fortaleza, no dia 17 de abril. Nesse ínterim, a banda ainda faz apresentações na Argentina, Chile e Bolívia.

“Eu não sei como as pessoas veem de fora, mas trabalhar com o Axl tem sido uma honra, um prazer, uma benção. O cara é uma das pessoas mais talentosas com quem já trabalhei, e já trabalhei com muita gente. Ele é um incrível compositor, 'performer' e um cara legal”, diz ao UOL o músico, na banda desde 2009, e que hoje se divide entre o Guns e o Sixx:A.M. ---projeto do baixista Nikki Sixx, do Mötley Crüe.

Técnico, de estilo melódico e calcado no blues, Ashba segue a mesma cartilha que inspirou o mítico e descabelado guitarrista original da banda. Mas, como manda o figurino dos substitutos, evita comparações –e possíveis atritos com o mandachuva. Após anos de desentendimentos, Axl já chegou a classificar Slash como o “câncer” do grupo.

Alheio a polêmicas, DJ diz que tocar no Guns N` Roses está longe de ser uma a ditadura. A democracia existe. E não é entre aspas, como a chinesa. “Axl escolheu a banda a dedo, e foi por uma razão. Estamos no topo e temos um tremendo respeito uns pelos outros. E uma coisa que chama a atenção é como ele gosta muito dividir espaço com cada um de nós. Ele dá a nós todos tempo e espaço para fazermos nossos próprios solos. Podemos fazer o que quisermos.” 

  • Sérgio Lima/Folhapress

    O guitarrista DJ Ashba e o vocalista Axl Rose fazem show em Brasília, em 2010

A liberdade descrita pelo guitarrista, por vezes interpretada com pura megalomania nos shows, poderá também ser vista no próximo álbum da banda. Tal qual o antecessor, o "eternamente" adiado "Chinese Democracy” (2008), o novo trabalho abrirá espaço para composições dos demais integrantes. Conforme Axl já mencionou em entrevistas, há toneladas de novas músicas, que certamente serão lapidadas à exaustão. Ainda sem nome, o disco está praticamente pronto.

“O Axl terminou agora de fazer a parte dele em estúdio. E eu acabei de refazer a minha. Já estamos em estúdio há alguns anos. Como grupo, nosso objetivo sempre foi roduzir um novo álbum”, diz DJ.

Se provavelmente os fãs terão que esperar bem menos que os 15 anos de produção de “Chinese Democracy”, uma eventual data de lançamento é mantida em sigilo. Provavelmente, nem Axl Rose, no bojo de seu perfeccionismo, tem uma vaga ideia.

“Não sou o cara que coloca datas nas coisas. Nós fizemos muito material. E absolutamente não temos pressa para lançar. Não queremos lançar algo que não seja marcante, depois de tanto tempo trabalhando. Acho que, quando sentirmos que essa hora chegou, ele será lançando.”

O lançamento do novo álbum do Guns N´ Roses seria então a deixa que o hard rock precisava para enfim voltar à baila, após o sucesso comercial de bandas como o Avenged Sevenfold? “Sempre vi o rock e o hard rock vivos. Durante um tempo, por exemplo, a disco music foi grande, e hoje você vê as novas bandas pop fazendo disco music de novo, à moda pop. Acho que tudo volta depois de um tempo, mesmo que não seja mais tão original.”