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Pela 1ª vez no Brasil, Soundgarden acerta contas com show pesado no Lolla

Leonardo Rodrigues

Do UOL, de São Paulo

06/04/2014 18h56

Atração das mais aguardadas do Lollapalooza 2014, o Soundgarden fez uma espécie de acerto de contas com o passado na noite deste domingo (6), no Autódromo de Interlagos de São Paulo. Importante expoente do grunge --ao lado de  Nirvana, Pearl Jam e Alice in Chains--, a banda liderada pelo vocalista Chris Cornell fez um show digno de atração principal, mesmo não o sendo nesta noite.

Sucessos, músicas mais obscuras e faixas do disco mais recente do grupo, "King Animal", entraram na receita bem sucedida, que arrastou uma grande multidão para o segundo palco mais prestigiado do local. 
 
O show começou pontualmente às 18h55, abrindo com as faixas “Searching With My Good Eye Closed” e “Spoonman”.  Empunhando a guitarra, Chris Cornell agradeceu aos fãs brasileiros ao mesmo tempo em que fez um mea culpa pela demorar em vir ao Brasil. "Obrigado por ter nos esperado todo esse tempo", disse ele.
 
Hits como "Black Hole Sun", "Outshined" e "Superunknown" --do disco homônimo que no mês passado completou 20 anos-- provocaram euforia. O show ganhou ares mais pesados com a inclusão de "Jesus Christ Pose", escolhida especialmente para o público brasileiro. "Não poderíamos vir aqui sem tocar essa", disse Cornell, fazendo referência ao Cristo Redentor do Rio de Janeiro.
 
Mesmo com a aparência mantida no formol, o frontman, conhecido por seu potente registro vocal rasgado, não é mais o mesmo. Fez um um enorme esforço para atingir os tons mais altos em algumas faixas, muitas vezes sem sucesso. 
 
O aparente problema, no entanto, não prejudicou o show como um todo. A apresentação teve pegada suja e energética, como reza a cartilha grunge. Parte disso pode ser creditado a presença marcante do vocalista, de poucas falas, sem exatamente ser simpático.
 
Os demais integrantes do Soundgarden mostraram competência, executando todas as faixas exatamente como em estúdio. Além de Kim Thayil e Ben Shepherd, o grupo contou com o baterista Matt Chamberlain, que substitui o xará Matt Cameron, afastado do grupo devido a seus compromissos com o Pearl Jam.
 
Híbrida, a plateia se mostrou uma das mais masculinas e maduras do festival. Muito provavelmente por causa do show do jovem muso folk Jake Bugg, que se apresentava ao mesmo tempo no palco Interlagos.

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