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"Não conseguimos nos libertar do complexo de vira-lata", afirma Simoninha

Divulgação
Imagem: Divulgação

André Cáceres

Do UOL, em São Paulo

16/04/2014 05h00

Um dos grandes nomes da MPB contemporânea, Wilson Simoninha está lançando com exclusividade no UOL os vídeos de suas apresentações ao vivo da turnê do disco novo, intitulado “Alta Fidelidade”. Para o músico, esses clipes são fundamentais: “A música ganha uma vida diferente do CD quando a gente leva ela para o palco”, disse ao UOL.

“É uma oportunidade de as pessoas sentirem como funciona ao vivo. Tem coisas novas e surpresas”. O cantor refere-se às versões de Stevie Wonder e Marvin Gaye, novidades no repertório dos shows em relação ao álbum. “Produzir um material exclusivo e bacana para estar disponível na internet sempre é válido”, acredita.

Ele já esteve por trás das obras de alguns artistas renomados como Baden Powell, Demônios da Garoa e Jair Rodrigues, e contou que o prazer de produzir é tão grande quanto o de se apresentar em shows. “Eu atuo em várias fases e de várias maneiras. Acho muito bacana estar envolvido num trabalho de um disco e também acho maravilhoso estar tocando ao vivo. São sentimentos e emoções diferentes”, afirma.

Confira a música que o cantor tocou pra gente nos estúdios do UOL:

 

Diferente de outros filhos de músicos famosos, Simoninha não tenta se desvincular da imagem do pai, nem esconde sua admiração por ele. “Antes eu cantava muito pouco [das canções dele]. Era uma necessidade de autoafirmação, de criar o meu público. Mas hoje, muita gente das novas gerações conheceu Simonal através de mim”.

O cantor já fez turnê pela Europa em duas ocasiões e, para ele, a música nacional é muito valorizada fora do país. “A música brasileira tem uma forte tradição em alguns nichos lá fora. Tem muita gente que gosta e conhece a música brasileira”, conta o artista, que tem até fã-clube no Japão.

Simoninha acredita que muitos artistas brasileiros não têm o devido respeito aqui. “Se o Luiz Gonzaga tivesse nascido nos EUA, seria considerado provavelmente um dos maiores gênios da música de todos os tempos. Temos essa coisa de colônia ainda. Não conseguimos nos libertar realmente do complexo de vira-lata, como diria Nelson Rodrigues”, conclui.