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Músico americano faz versão country do tema oficial da Copa; ouça

Leonardo Rodrigues

Do UOL, em São Paulo

11/06/2014 19h45

Em vez da batida “pop encontra Oludum”, uma bateria reta e frenética. No lugar dos teclados pasteurizados, um banjo dedilhado ao melhor estilo Tennessee. Os vocais estão lá, mas agora mais caipiras, incluindo um português macarrônico da cantora Cláudia Leitte. No refrão, a cereja do bolo: o grito de "olé, olá" , inspirado nos estádios, vira uma espécie de trilha de festa de rodeio.

É assim, com sua pouco convencional versão country de “We Are One (Ole Ola)", tema oficial da Copa do Mundo, que o músico Andy Rehfeldt presta sua homenagem ao Mundial no Brasil, que começa nesta quinta-feira (12) em São Paulo.

Conhecido na internet por suas versões inusitadas como as que traz Lady Gaga cantando heavy metal e Iron Maiden abraçando a bossa nova, ele aceitou o desafio lançado pelo UOL: transformar a música pop de Pitbull, Jennifer Lopez e Cláudia Leitte em qualquer outro gênero desde que soasse engraçado.

“Eu teria feito uma versão heavy metal, mas não encontrei o vocal separado”, diz o músico, que, com o auxílio dos softwares Pro Tools e Logic , canta, toca e sincroniza todos os instrumentos da faixa, incluindo a programação de samplers e de bateria.

A brincadeira de Andy, que vive em Los Angeles e trabalha em um estúdio de gravação e produção musical, começou em 2009. A piada foi uma versão “smooth jazz” da música “Set to Fail”, da banda de groove metal Lamb of God.

De lá para cá, foram quase cem vídeos postados e mais de 30 milhões de vizualizações. Entre as mais populares estão “Enter Sandman”, do Metallica, em versão smoth jazz, “Wait and Bleed”, do Slipknot, estilo “radio disney”, e “Baby”, de Justin Bieber, no mais ultrajante death metal.

"Assim que descobri que havia vocais separados disponíveis na internet, tive a ideia de que eu mesmo poderia fazer a minha própria música de acompanhamento", explica.

Apesar de toda a visibilidade proporcionada pelos cliques, Andy só consegue monetarizar suas releituras por meio de doações dos internautas. Por causa da política do YouTube, que veda anúncios em vídeos que não contenham conteúdo original, ele ganha simbólicos US$ 6 semanais para “manter” seu trabalho.

Para Andy, de 50 anos, é o sonho da música que fala mais alto. Com bom humor, ele conta que perdeu a chance de ser uma estrela do rock, mas não de continuar fazendo o nome no circuito de bares da costa oeste americana --o que faz por prazer, diz, já que o estúdio é seu ganha-pão.

“Meus pais me ensinaram a tocar. Toquei profissionalmente como fagotista, organista, pianista de salão, tecladista pop, guitarrista e músico de estúdio. Nos últimos 25 anos, o meu principal instrumento tem sido guitarra elétrica, principalmente nos estilo de jazz, funk, hard rock e metal. Eu também adoro reggae, bossa nova, blues, bluegrass e música clássica. Na verdade, eu acho que amo todos os estilos de música."

ESCUTE A "WE ARE ONE" ORIGINAL