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Nos embalos da novela das seis: conheça os hits disco de "Boogie Oogie"

Marco Pigossi é Rafael em "Boogie Oogie" - Divulgação/TV Globo
Marco Pigossi é Rafael em "Boogie Oogie" Imagem: Divulgação/TV Globo

Do UOL, em São Paulo

11/08/2014 05h00

Ambientada em 1978, no auge das discotecas no Brasil, a nova novela do horário das seis da Globo, “Boogie Oogie”, tem a música como elemento determinante na estrutura narrativa. Revivendo a clássica “Dancing Days”, a trilha sonora conduz os personagens com alguns dos mais sacolejantes nomes da disco music e do pop rock dos anos 1970.

Genêro hedonista que rompeu barreiras étnicas e sexuais, a disco music virou febre, moldou a moda e transformou o comportamento de uma época, tomando as boates de brilhos e paetês. Apesar de ter ganhado proeminência com a onda, a maioria dos artistas, no entanto, já existia antes, geralmente ligados ao soul e ao pop rock mais radiofônico.
Com a boate novaiorquina Studio 54 servindo de Meca para o novo estilo, hits como “Night Fever”, dos Bee Gees; "Boogie Oogie Oogie", do A Taste of Honey; "Le Freak", do Chic, e Y.M.C.A., do Village People, ferveram nas paradas, fazendo de 1978 um dos períodos mais coloridos e dançantes da década --logo após o mundo conhecer as coreografias de John Travolta no filme “Os Embalos de Sábado à Noite”, de 1977.

O Brasil não ficou de fora. Por aqui, Tim Maia mergulhava de cabeça nas danceterias, com “Tim Maia Disco Club”, dos sucessos “Sossego” e "Acenda o Farol".  Ex-garçonetes no Rio, as Frenéticas também lançavam “Caia na Gandaia”, tema de abertura de “Dancin' Days". No campo das divas, a cantora Lady Zu aparecia como uma Donna Summer tupiniquim, com a música "A Noite Vai Chegar" embalando a novela “Sem Lenço, Sem Documento”.

Durante alguns anos, mesmo artistas fora do eixo das discotecas, como Rita Lee e Ney Matogrosso, faziam questão de tirar uma casquinha, investindo em uma sonoridade que também podia se encaixar nas pistas de dança.

Para reviver os tempos dos sapatos plataforma, ternos esportivo e calças boca de sino, conheça abaixo as músicas e os artistas incluídos na novela “Boogie Oogie”, e o que eles faziam 36 anos atrás.


KC & The Sunshine Band – “That's The Way (I Like It)” 

kc & the sunshine band - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Formado na Flórida em 1973, o grupo é um dos que melhor sintetizam a aura disco, com refrões grudentos, naipes de metais marcantes e timbres ligeiramente mais suaves. Eternizou os hinos That's the Way (I Like It)", "(Shake, Shake, Shake) Shake Your Booty” e "Keep It Comin' Love", mais conhecida no Brasil como a musiquinha do programa de Amaury Jr. Em 1978, a banda lançava “Who Do Ya (Love)”, que não teve o successo dos predecessores, mas que deu continuidade ao sucesso nas pistas.


Earth, Wind & Fire – “Fantasy” e "September"

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Imagem: Divulgação


O Earth, Wind & Fire começou em 1971 como uma banda de soul e funk, mas estourou apenas em meados da década, com as clássicas “Shining Star" e “Getaway". A consagração definitiva viria apenas em 1978, com "September", recheada de falsetes e um videoclipe com efeitos especiais. O grupo se mantém em atividade. Em 2013, lançou “Now, Then & Forever”, o 20º álbum de estúdio,

Cheryl Lynn - “Got To Be Real”
cheryl lynn - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução

A cantora Cheryl Lynn é um típico fruto das discotecas. Teve apenas um grande sucesso, “Got to Be Real”, uma das músicas mais sampleadas da era. Depois de dominar as discotecas em 1978, com apenas 21 anos, sumiu dos holofotes. Seu último disco de estúdio, “Good Time”, foi lançado em 1995.

A Taste Of Honey – “Boogie Oogie Oogie”

a taste of honey - Divulgação - Divulgação
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Formado pela dupla feminina Janice Marie Johnson (voz e baixo) e Hazel Payne (guitarra), o grupo dono do hit que batizou a nova novela das 6 já se apresentava em Los Angeles no início dos anos 1970. A chance de gravar o primeiro álbum, no entanto, só apareceu em 1978. Após o êxito do single de "Boogie Oogie Oogie", jamais repetiria a popularidade, encerrando as atividades em 1982.

Barry White – “Just The Way You Are”
Barry White - Divulgação - Divulgação
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Com seu vozeirão adocicado, Barry White era uma espécie de Isaac Hayes mais palatável, propenso às baladas de AM. Seu estilo orquestrado fez sucesso com "You're the First, the Last, My Everything" e "Can't Get Enough of Your Love, Babe" e na instrumental "Love's Theme". Em 1979, caiu na disco com o álbum “The Man”, com espaço para a cover de "Just the Way You Are", de Billy Joel.
   
 Lipps Inc - "Funkytown"
Lipps Inc. - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação


O Lipps Inc representa o lado “techno”, da disco music. Na esteira da inovadora "I Feel Love", de Donna Summer, composta por Giorgio Moroder, o grupo apontou o futuro do pop, usando e abusando dos sintetizadores. Lançada no álbum “Mouth to Mouth”, de 1979, “Funkytown” liderou paradas em 28 países, um recorde para a época. A banda encerrou atividades em 1985.

Blondie - "Heart Of Glass"
Blondie - Divulgação - Divulgação
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Cria new wave do clube CBGB, o Blondie nasceu rocker, mas seu maior sucesso foi uma música disco. Com levada de sintetizador e drum machine, “Heart Of Glass” é uma das melhores faixas do terceiro álgum do grupo da vocalista Debbie Harry, “Parallel Lines” (1978). A banda, que se separou em 1982, voltou a tocar em 1997. Jamais veio ao Brasil.

The Trammps - “Disco Inferno”

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Lançado em 1976, o grande hit dos Trammps só fez sucesso mesmo em 1978, depois de ser incluído na trilha de “Os Embalos de Sábado à Noite”. Como diferencial, a banda da Philadelphia trazia a voz rasgado de Jimmy Ellis, um talentoso vocalista de soul. O músico, que sofria de Alzheimer, morreu em 2012. Apesar de não lançar material inédito desde os anos 1980, o grupo ainda se apresenta ocasionalmente.

Kool & The Gang - “Celebration
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Uma das melhores bandas da era disco, o Kool & the Gang foi formado ainda em 1964, por músicos oriundos da cena jazzística de New Jersey. Flertando com o soul e o funk, seu som foi ganhando contornos mais radiofônicos até estourar mundialmente com “Celebration”. Apesar de incluída na trilha da novela global, que se passa em 1978, a faixa foi lançada em 1980.

Yvonne Elliman - "If I Can´t Have You"
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A atriz e cantora da Broadway Yvonne Elliman, a Maria Madalena de “Jesus Christ Superstar”, se especializou em baladas operísticas. Aos poucos, suas músicas foram ganhando arranjos mais elaborados, mas sempre com sabor pop: a fórmula de um bom hit da disco music. "If I Can't Have You", seu grande sucesso, foi um dos destaques da trilha de "Os Embalos de Sábado à Noite".

Marvin Gaye - “Let´s Get it On” e "Got to Give It Up"
Marvin Gaye - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução

Um dos maiores talentos do soul, Marvin Gaye flertou com a disco music no final dos anos 1970. Incluída no disco ao vivo “Live at the London Palladium”, de 1977, "Got to Give It Up" foi composta após a Motown pedir ao músico que escrevesse alguma coisa do gênero. Em 2013, a família de Gaye entrou com um processo contra o cantor Robin Thicke, acusado de plágiar a música no hit "Blurred Lines".

Anita Ward - "Ring My Bell"

ward - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução

Hoje, quase ninguém se lembra de Anita Ward, mas era uma das promessas do final da década de 1970. Lançada em 1979, sua divertida “Ring My Bell” fez enorme sucesso nas discotecas. Sem repetir o sucesso do primeiro álbum, Anita viria a ser mais um dos “one-hit wonders” da música. Voltou à cena apenas em 2011, com o single "It's My Night", sem nenhuma repercussão.

Diana Ross - “Love Hangover”
diana ross - Francisco Cepeda / AgNews - Francisco Cepeda / AgNews
Imagem: Francisco Cepeda / AgNews

“Love Hangover” é a prova de que a gravadora Motown não tinha medo de enveredar pelo som feito para as pistas de dança. A ex-vocalista das Supremes, que descobriu Michael Jackson, teve sucesso com seu single mais cheio de disco music, “Love Hangover”, lançado em 1976. Assim como seus contemporâneos do soul Aretha Franklin e Marvin Gaye, a aproximação que fazia com o gênero era apenas um flerte, uma “rapidinha”.

Donna Summer - "Hot Stuff"
Donna Summer - Divulgação - Divulgação
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O hino disco “Hot Stuff” traz Donna Summer em um território que conhecia como ninguém. Depois de pegar emprestados os sintetizadores de Giorgio Moroder, ela utilizou solos de guitarra de Jeff Baxter, ex-Doobie Brother e Steely Dan. Rainha do disco e ícone gay, Donna morreu em 2012, vítima de um câncer no pulmão.

Chic - "Dance, Dance, Dance (Yowsah, Yowsah, Yowsah)"
Chic - Divulgação - Divulgação
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Formada por Nile Rodgers em Nova York em 1976, o Chic é uma das mais executadas e inpiradas bandas da disco music. Ainda hoje, músicas como "Le Freak", "Good Times" e "Everybody Dance" dominam as festas retrô e as turnês recentes da banda. "Dance, Dance, Dance” abre o primeiro álbum do grupo, lançado em 1977. Os backing vocals foram feitos pelo cantor Luther Vandross, músico de estúdio na época.

 Lady Zu - “A Noite Vai Chegar”
Lady Zu - Divulgação - Divulgação
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A rainha da disco brasileira mudou de vida em 1978, quando seu compacto "A Noite Vai Chegar" (composto por Paulinho Camargo) tornou-se um hit instantâneo nas rádios e nas discotecas do Brasil. A música voou alto após ser incluída na trilha da novela "Sem Lenço, Sem Documento", da Rede Globo. Aposentada, Zu não lança discos desde 2002.