Após surpresa, U2 anuncia mais um novo disco e defende remuneração

Após surpreender os fãs ao disponibilizar seu novo álbum, "Songs of Innocence", de graça na iTunes Store, na terça-feira (9), o U2 confirmou que a segunda parte do novo trabalho vai se chamar “Songs of Experience” e será lançada em breve.

Em entrevista a revista “Time”, Bono ainda fez questão de dizer que não acredita em “música de graça”. “Nós fomos pagos. Eu não acredito em música livre. A música é um sacramento”, disse o vocalista após a coletiva de imprensa, segundo a publicação. A Apple comprou o álbum da banda para distribuí-lo gratuitamente entre seus usuários. Nenhum valor da negociação foi divulgado.

O sucessor de “Songs of Innocence” foi anunciado em um comunicado no site da banda e deve ser lançado, mais uma vez, em parceria com a Apple. “Estamos colaborando com a Apple em algumas coisas interessantes para os próximos anos, inovações que vão transformar a maneira como a música é ouvida e vista. Vamos mantê-lo informado. Se você gostar de ‘Songs of Innocence’, fique conosco em ‘Songs of Experience’. Deve ficar pronto em breve... embora eu já tenha dito isso antes“, brincou Bono.

Em seguida, o líder da banda fez uma defesa a favor da remuneração de artistas. Segundo ele, o álbum “é gratuito, mas pago”. “Se ninguém pagar por isso, não temos certeza se a música gratuita é realmente gratuita. Geralmente existe um custo para a forma de arte e para o artista... o que tem grandes implicações, não para nós do U2, mas para o futuro da música... Todas as músicas que ainda não foram escritas pelos talentos do futuro... Que precisam ganhar a vida para escrevê-las”, defendeu.

Bono afirmou que a nova parceria com a Apple vem da necessidade em descobrir o alcance dos artistas pelo que os ouvintes escutam. “As paradas estão quebradas”, afirmou Bono à “Time”.  Com o lançamento, ele diz que existe a vontade de levar a música do U2 para além dos fãs, para “pessoas que nunca ouviram a banda ou nunca tiverem interesse em conheccê-la". 

Bono Vox já afirmou em entrevistas que trata-se de um álbum "muito pessoal", o que fica nítido pelo tom das letras, nostálgicas, com referências e personagens que povoam o passado do músico.

Com produção de Danger Mouse, Flood, Paul Epworth, Ryan Tedder e Declan Gaffney, o disco traz uma sonoridade eclética, passeando pelas várias fases da banda irlandesa, na ativa desde 1976.