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Public Enemy pede mais escolas e fim das guerras durante show em São Paulo

Caio Ramos

Do UOL, em São Paulo

18/10/2014 18h41

O grupo de rap americano Public Enemy inaugurou o espaço de shows do Clube de Regatas do Tietê neste sábado (18), subindo ao palco pouco depois das 15h. Chuck D. e o carismático Flavor Flav fizeram discursos engajados pedindo fim de guerras e "mais escolas e menos prisões". A última visita deles no Brasil aconteceu em 2011.

O trio abriu o show com "Lost At Birthday", música do quarto álbum do trio "Apocalypse 91... The Enemy Strikes Black". Rapin Hood e Dexter ficaram com a missão de abrir o show. Um fã quis subir ao palco para tirar foto com os rappers brasileiros, mas foi impedido pelo segurança. Hood e Dexter desceram então do palco atenderam o jovem.

Instantes antes do show começar Chuck D. disse ao UOL que ele e os companhaheiros Flavor Flav e DJ Lord tocariam músicas de todas as fases da banda porque "músicas são como filhos e não dá para deixar filhos por soltos por aí".

Chuck se sentindo em casa

Antes de cantar "Hoover Music", em que critica John Edgar Hoover, grande perseguidor dos líderes do movimento negro nos anos 1960, Chuck D disse que não há lugar no mundo que se sinta tão em casa como no Brasil. Segundo ele, há mais racismo nos Estados Unidos, apesar de Barack Obama, e que São Paulo e o Brasil têm mais igualdade entre as raças, tema frequente de suas músicas. Após a canção, Chuck D. pediu: "Mais escolas e menos prisões".

Public Enemy - setlist - Reprodução - Reprodução
Setlist do show do trio Public Enemy em São Paulo
Imagem: Reprodução

O público, que ficou mais calado durante a sequência "Black is Back", "Black Steel in The Hour" e "Show Em What You Got", voltou a pular animadamente nos sucessos "Bring Me The Noise" e com o hit "Don't Believe the Hype".

Em muitos momentos, Chuck D e Flavor elogiaram os brasileiros, o hip hop brasileiro e disseram estar honrados de tocar em São Paulo. Chuck dedicou "Fight the Power", do álbum  "Fear of a Black Planet", a todos os amantes do hip hop. Durante a música, Flavor Flav desceu do palco e interagiu com o público, para alegria dos fãs e preocupação dos seguranças diante do tumulto

Na pausa do show logo em seguida, Rapin Hood e Dexter voltaram ao palco para os fãs não desanimarem. Na volta, Chuck tocou gaita e Flavour Flav tocou bateria. Na segunda parte do show, foi a vez de Flavor Flav fazer um discurso de paz e pedir o fim das guerras. "Não importa a cor da sua pele, o seu país, a sua religião. Somo todos iguais".

A apresentação do Public Enemy foi a primeira no espaço após a última reforma, finalizada no mês passado. Sob controle da Prefeitura desde 2012, o local passou a ter capacidade para receber 40 mil pessoas em uma área de 20 mil m², com áreas de gramado sintético. Antes do início do show.