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Chuva dá trégua e Paramore mostra que seu pop punk ainda resiste em SP

Tiago Dias

Do UOL, em São Paulo

01/11/2014 23h06

A chuva que caiu no Campo de Marte, em São Paulo, neste sábado, não deu para encher a Cantareira, mas escondeu os cabelos vermelhos e as camisetas dos fãs do Paramore, no Circuito Banco do Brasil, durante grande parte do festival.

Tudo foi resolvido quando a enérgica Hayley Williams entrou no palco, com 20 minutos de atraso. A chuva que atrapalhou os shows de Skank e MGMT mais cedo, enfim, cessou. Em troca, veio uma enxurrada de refrões chicletes, riffs pesados e instrumentos que eram arremessados para cima. Os fãs, livres das capas de chuvas, puderam então se entregar ao arrebatamento que a banda, após três passagens pelo Brasil e milhões de cópias vendidas, ainda consegue provocar. Mesmo com problemas na trajetória, a banda mostrou que ainda há espaço para seu sonho juvenil do punk pop. A prova estava em choros e gritos de "Hayley, eu te amo".

Cria de uma época em que a fusão dos gêneros se mostrou mais homogênea do que se imaginava, com o surgimento de bandas como Panic at the Disco! e Fall Out Boy, o Paramore sobreviveu, mesmo quando em 2010, o guitarrista e Josh e o baterista Zac saíram da banda que tinham fundado. Eram eles que tinham convidado Hayley para entrar no grupo. Contra a expectativa pessimista pelo fim da banda, o Paramore manteve a carreira. Lançou disco novo ("Paramore", em 2013) e conservou a mesma energia e carisma, e o fervor de sempre por parte dos fãs,  uma delas, inclusive, roubou a cena quando foi convidada para subir ao palco para cantar "Misery Business".

Como boa seguidora, ela se jogou no chão em frente do guitarrista, balançou o cabelo e gritou no refrão de. Saiu ovacionada pela vocalista e pelo público.

"Eu vejo alguns rostos conhecidos. É muito bom", disse a vocalista de cabelos tingidos, camisa transparente e um macacão, antes de tocar "The Only Exepction", dedicado a quem assistia a banda ao vivo pela primeira vez. "Nós amamos músicas rápidas. Mas acho que tudo bem tocar uma canção de amor. Eu gosto disso".

Sem deixar de servir aos antigos fãs, Hayley afirmou que tocar os antigos hits, "é como visitar as páginas de um diário", avisou, antes de "Last Hope"

Psicodelismo

Com o som cada vez mais progressivo, o MGMT tentou, mas não conseguiu fazer com que os fãs do Paramore embarcassem em seu pop psicodélico. Embora os americanos estivessem embalados com uma animação delirante no telão, desde a primeira música, "Flash Delirium", foi apenas nos sucessos do primeiro disco, que o público se entregou.
"Kids", "Time to Pretend" e "Eletric Feel" é da fase mais comercial e dançante da banda, portanto, com mais apelo para o público do festival. O efeito, no entanto, não durou muito e logo a claque mais fanática pelo Paramore começou a pedir pela banda.

Com novos discos, Skank e Pitty mostraram seus novos shows, quando o sol ainda estava a pino.