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Tocando Joy Division e New Order, Peter Hook emociona público em SP

O baixista Peter Hook se apresenta em São Paulo tocando Joy Division e New Order - Manuela Scarpa/Photo Rio News
O baixista Peter Hook se apresenta em São Paulo tocando Joy Division e New Order Imagem: Manuela Scarpa/Photo Rio News

Marco de Castro

Do UOL, em São Paulo

01/11/2014 14h23

Em um show que durou mais de duas horas, nesta sexta (31), no Clash Club, em São Paulo, o baixista Peter Hook fez o público cantar junto, pular, gritar e se emocionar, enquanto tocava clássicos de suas antigas bandas Joy Division e New Order.

Fora do New Order desde 2006, devido a desavenças com o guitarrista e vocalista Bernard Sumner, o músico parecia querer provar que o show que faz com seu grupo atual, The Light, é muito mais autêntico do que o apresentado pela atual formação do New Order, que, segundo ele, não passa de uma fraude. E muitos dos que estiveram na apresentação devem agora estar pensando sobre isso. A performance de Peter Hook é de tirar o fôlego.

Apesar de ter como base os discos “Low Life” (1985) e “Brotherhood” (1986), do New Order, o show, que foi dividido em três “atos”, começou às 23h50 com um punhado de clássicos da banda mais antiga, Joy Division. Imitando a voz grave do vocalista Ian Curtis que se suicidou, pondo fim à carreira do grupo em 1980, Hook abriu com a soturna “Atmosphere”, seguida por “Transmission”, cujo refrão “dance, dance, dance to the radio”, já fez o público delirar e gritar com toda a força.

Ao todo, foram sete músicas do Joy Division. Além das já citadas, Hook tocou “Ceremony”, “Disorder”, “Isolation”, “She’s Lost Control” e “Shadowplay”, deixando o palco em seguida para dar lugar à música dos alto-falantes. Estava terminado o primeiro ato.

Após um descanso de cerca de 15 minutos, a banda voltou ao palco para tocar o “Low Life”. “Love Vigilantes”, que abre o disco e quase nunca faz parte do setlist atual do New Order, fez o público berrar alucinado, assim como “Perfect Kiss”, tocada na sequência, como na ordem do álbum. É fato que o vocal grave de Hook se adapta melhor às músicas do Joy Division e por isso ele contava com o apoio do guitarrista David Potts para cantar nos trechos que exigiam uma voz mais aguda, mas ninguém estava ligando para isso.

Após “Low Life” ser tocado na íntegra, a banda novamente deixou o palco para mais um descanso. Dos músicos e da plateia, que já estava mais do que satisfeita e emocionada. Mas logo as luzes tornaram a se apagar e os alto-falantes silenciaram para o início do terceiro ato do show. E vieram os clássicos do “Brotherhood”. “Bizarre Love Triangle”, uma das músicas mais icônicas do New Order e o maior hit do grupo, causou comoção geral, como era de se esperar.  

Terminando o set do disco com “Every Little Counts”, Hook ainda deu de presente ao público “Temptation”, single lançado pelo New Order em 1982, antes de deixar o palco. Talvez alguns tenham sentido falta de alguns outros clássicos, como “Love Will Tear Us Apart” e “Blue Monday”, mas a maioria dos fãs, com certeza, saiu satisfeita. E já passava das 2h da manhã.