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Internado, guitarrista do AC/DC dava sinais de demência desde 2008

Do UOL, em São Paulo

03/12/2014 11h13

Internado em uma casa de repouso em Sydney, na Austrália, o guitarrista do AC/DC Malcolm Young já demonstrava sinais de demência quando a banda estava trabalhando em seu álbum de 2008, “Black Ice”.

"Quando estávamos escrevendo músicas juntos, eu e ele, era perceptível", contou o lendário guitarrista Angus Young, irmão de Malcolm, em um programa de TV australiano.

"Malcolm foi sempre muito organizado. Foi meio estranho, porque foi a primeira vez que eu o vi desorganizado, confuso sobre um monte de coisas. Foi quando caiu a ficha de que as coisas não estavam bem para ele”, disse, ao lado do vocalista Brian Johnson.

Segundo ele, Malcolm seguiu compondo até não conseguir mais. “Quando estávamos realmente fazendo esse álbum, sim, tornou-se ainda mais evidente. Ele ficava confuso só de viajar de um lugar para outro e fazer outras coisas", revelou.

Em abril, a banda anunciou que o músico de 61 anos sofria uma doença séria e, por isso, não participaria da gravação do álbum "Rock or Bust", lançado na semana passada.

Sobrinho de Angus e Malcolm, Steve Young substituiu o guitarrista na gravação do último disco e também ocupará a posição do tio na turnê mundial que o AC/DC realizará em 2015. Mesmo ressaltando o estilo sólido de Malcolm na guitarra, Angus garantiu que Steve carrega muito do estilo dele.

O baterista Phil Rudd permanece incerto para os shows. Ele foi detido em novembro acusado de encomendar assassinato e posse de drogas, de acordo com relatos da imprensa da Nova Zelândia. Durante a entrevista, Angus e Brian não tocaram no assunto.

Longe da aposentadoria
Quando os rumores de um novo disco despontaram no início do ano, a história era de que o álbum seria o último da carreira do AC/DC. Angus revelou que a ideia era justamente essa: parar. Questionado, no entanto, se a banda iria continuar, ele mudou a resposta: “É claro. Você tem que continuar amando, e eu ainda gosto de pegar a guitarra e tocar alguns acordes”.

Com 40 anos de estrada, o guitarrista afirma que há um verdadeiro tesouro de músicas nunca ouvidas. “Temos caixas cheias de coisas, um monte de grandes riffs, ideias de músicas que nunca utilizamos", avisa.