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Não tenho pretensão de repetir o "Amigos", diz Teló sobre "Bem Sertanejo"

Leonardo Rodrigues

Do UOL, em São Paulo

04/12/2014 18h14

Três anos após lança a chiclete "Ai, se Eu Te Pego", que imperou nas baladas e caiu no gosto de celebridades internacionais, Michel Teló vive novos ares. Com o sucesso do quadro “Bem Sertanejo” no “Fantástico”, em que conta a história do gênero tocando e entrevistando alguns de seus principais personagens, o cantor vislumbra hoje um horizonte híbrido, que inclui música e também televisão.

Em novembro, o cantor deu início a uma nova turnê, temática, recebendo colegas pares como Chitãozonho & Xororó, Leonardo e Zezé di Camargo & Luciano, além de nomes da nova geração, entre eles Luan Santana, Gustavo Lima e Jads & Jadson. Duas décadas depois, estaríamos diante de um novo “Amigos”?

“Não tenho essa pretensão, não (risos). É mais para divertir mesmo com a turma. Fazer encontros, uma vez por mês, para quem gostou do ‘Bem Sertanejo’. Vamos mais ou menos no mesmo formato. Este primeiro, com Chitãozonho & Xororó, em Porto Alegre, foi maravilhoso”, diz por telefone Teló ao UOL, sem esconder o entusiasmo com o projeto.

“A ideia é ir revezando com os shows normais, de acordo com a agenda dos convidados. Logicamente, vou trazendo meus hits, misturando com a parte da história da música sertaneja, mas de uma maneira bem dinâmica e 'pra cima', um show pra quem curte moda sertaneja e pra quem curte a balada também.”

Nascido no interior do Paraná e criado no Mato Grosso do Sul, Michel Teló passou boa parte da vida respirando a cultura sertaneja. Na infância, aprendeu a tocar viola, sanfona e a reverenciar clássicos de Tonico e Tinoco e Milionário e José Rico. Filho de comerciantes, acompanhou de perto a ascensão do estilo romântico dos anos 1980 e 1990, que elevou a música a outro patamar de popularidade.

Junto de sua carreira viu nascer a onda universitária, com a qual contribuiu para a transformar um gênero que, diferentemente de outros, como o axé e o pagode, dificilmente atravessa paisagens de vacas magras. No campo ou na cidade, a música sempre se renova.

“Acho que existe uma vontade grande de se reinventar, de trazer coisas novas. E a música sertaneja se permite isso. Gostamos de misturar ritmos diferentes. Também há uma seriedade enorme de todos os envolvidos, que tratam a música não só como paixão, mas também como trabalho”. entende.

Com planos para mais um DVD ao vivo em 2015, o terceiro da carreira, Michel aguarda a bonança, mesmo se mostrando cético quanto a repetir "a loucura" de "Ai, se Eu Te Pego".

“Cara, o que aconteceu foi surreal. Uma música ganhar o mundo como ganhou, com mais de 1 bilhão de visualizações. Foi um presente que Deus me deu. Não me coloco a responsabilidade de repetir isso, porque foi algo que nunca ninguém fez. Mas nada é impossível, né? Se já aconteceu uma vez, vamos continuar trabalhando. Quem sabe outra hora aparece?”

TELEVISÃO

O sucesso de Michel Teló com nas telas já rendeu o primeiro fruto. Ele será um dos apresentadores do especial "Sai do Chão", previsto para estrear no dia 21 de dezembro. O formato também será de mestre de cerimônias, tocando e recebendo amigos da música.

Uma das mais bem-sucedidas novidades do “Fantástico” em 2014, “Bem Sertanejo” agradou em cheio à alta cúpula da Rede Globo. Segundo comentários na emissora, a possibilidade de a atração virar um programa à parte no ano que vem é real.

“Foi um grande sucesso. Estamos abertos, lógico, para conversar. Foi realmente muito bacana e prazeroso fazer. Sempre digo que meu foco é continuar trabalhando na música, mas se surgir um projeto bacana, que me faça sentir bem e feliz, por que não?”