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"We Are the World" reuniu 45 astros há 30 anos; veja como eles estão hoje

Os 45 cantores que participaram da gravação de "We Are The World" - Divulgação
Os 45 cantores que participaram da gravação de "We Are The World" Imagem: Divulgação

Felipe Branco Cruz

Do UOL, em São Paulo

28/01/2015 07h00

Michael Jackson foi o primeiro a chegar, por volta das 21h do dia 28 de janeiro de 1985, há exatos 30 anos, a uma sala do estúdio da gravadora A&M, em Hollywood, para gravar “We Are the World”, uma das canções mais famosas do século 20. Por volta das 22h30, 44 cantores que estavam entre os mais famosos da música pop na época se juntariam ao Rei do Pop para gravar a canção, composta em parceria por ele e Lionel RichieNa ocasião, a maioria dos astros havia acabado de sair da premiação do American Music Awards, que ocorreu na mesma noite, e foi direto para o estúdio, atendendo ao convite de Jackson e Richie. 

Com o objetivo de arrecadar fundos para o combate à fome na África, a música foi um estrondoso sucesso, rendendo cerca de US$ 55 milhões. Só nos Estados Unidos, o single vendeu cerca de 7 milhões de cópias, tornando-se um dos mais vendidos de todos os tempos. E não era para menos. O time estrelado que participou da gravação contou com cantores como Tina Turner, Bruce Springsteen, Bob Dylan, Cyndi Lauper, Diana Ross, Ray Charles, Stevie Wonder, Paul Simon, Lionel Richie, Dionne Warwick, Willie Nelson e Al Jarreau, entre outros.

O clipe, com os cantores se revezando nos vocais e regência do maestro Quincy Jones, também entrou para a história. Gravada em janeiro, a canção foi lançada comercialmente no dia 7 de março. Imediatamente, seu clipe, que mostrava todos os astros reunidos no estúdio, formando um coral, foi exibido à exaustão por praticamente todos os canais de TV do mundo, inclusive os do Brasil.

Clipe da música "We Are The World"

Versões

Por aqui, aliás, a canção foi muito lembrada em 2004, quando a sister Solange, do "Big Brother Brasil 4", a entoou durante uma prova do programa. Sem saber absolutamente nada de inglês, ela a cantou com uma letra embromada, gerando piadas na internet. Sua interpretação da música acabou conhecida como "Iarnuou", e, ao ser eliminada do reality, Solange entrou na brincadeira, chegando até a cantar a sua versão no palco do "Domingão do Faustão". 

Anos antes, porém, em 1987, "We Are the World" inspirou uma iniciativa muito mais séria no Brasil. Na ocasião, o programa “Fantástico” lançou a campanha “Nordeste Já”, com a música “Chega de Mágoa”, para arrecadar fundos para as populações carentes do Nordeste. Participaram os cantores Milton Nascimento, Gilberto Gil, Djavan, Rita Lee, Gonzaguinha, Elba Ramalho, Fafá de Belém, Tim Maia, Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Simone, Elizete Cardoso, Chico Buarque, Gal Costa, Maria Bethânia, Caetano Veloso e Fagner, entre outros. 

Em 2010, após o terremoto que devastou o Haiti, artistas como Miley Cyrus, Enrique Iglesias, Wycleaf Jean, Adam Levine, Pink, Celine Dion, Fergie, Usher, Toni Braxton, Justin Bieber e Akon revisitaram a canção “We Are The World”, novamente a convite de Lionel Richie, para arrecadar fundos para as vítimas do desastre.

Recusa de Prince

Mesmo com todo o sucesso, a canção não ficou imune a polêmicas. Uma delas envolveu o cantor Prince, que na época rivalizava com Michael Jackson no posto de Rei do Pop. Ele foi convidado para participar, mas não compareceu. Como motivo, ele alegou que não dividia os vocais com outros artistas. Também há relatos de que Prince não participou porque um dos organizadores, o cantor irlandês Bob Geldof, o havia chamado de “estranho”. No entanto, ele ofereceu para o álbum do projeto a faixa exclusiva “4 The Tears In Your Eyes”, que entrou no lado b do disco.

No estúdio, aliás, para conter tantas vaidades, já que estavam reunidos ali 45 astros da música pop, havia uma placa na porta que dizia: “Por favor, deixem seus egos ao entrar”. Para descontrair, Stevie Wonder disse para os colegas, em tom de piada, que, se a gravação não fosse concluída em apenas um take, ele e Ray Charles (que eram cegos) dirigiriam os carros que levariam todos para casa. 

O resultado final foi uma amostra de companheirismo entre os cantores, que ajudou a abrir os olhos do público para a pobreza na África e continua inspirando iniciativas semelhantes até hoje.