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"Foi a espinha dorsal da música de raiz", diz Roberta Miranda sobre Inezita

Guilherme Solari

Do UOL, em São Paulo

09/03/2015 16h34

A cantora Roberta Miranda disse nesta segunda (9) ao UOL que se sente "nocauteada" com as recentes mortes de José Rico e Inezita Barroso. Inezita morreu aos 90 anos no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, por conta de uma insuficiência respiratória aguda.

"Você mal assimila uma perda como a do José Rico, você controla a sua dor de saudade da convivência e aí já vem outra porrada pra cima de você", falou a cantora. "Eu me sinto nocauteada".

Com a voz emocionada, a cantora disse que se sente "pega completamente de surpresa". "Independente da idade, essas são pessoas extremamente importantes para o mundo sertanejo. Inezita Barroso nem se fala. Ela foi a espinha dorsal da música raiz".

Roberta Miranda lembrou como Inezita defendeu a música tradicional do interior do país, mesmo quando outros ritmos passaram a se tornar mais populares para o grande público. "Ela lutou muito, não abriu mão dos seus valores em relação à música de raiz. Assim como Goiá, Zé Fortuna, Liu e Léo, Pena Branca e Xavantinho, tantos outros maravilhosos".

"Uma pessoa como Inezita quando tem a sua bandeira acredita naquilo e não a deixa por modismo, não deixa o que acredita de lado", disse. "Perdemos mais uma luz, mais um caminho, mais um exemplo a quem se espelhar".

Paula Fernandes

  • Tricia Vieira/UOL

    "Perdemos a grande dama da música caipira. Além de ótima cantora, ela contribuiu muito para a manutenção e resgate da música sertaneja com seu programa 'Viola, Minha Viola', no ar desde 1980, e foi uma das mulheres pioneiras nesse gênero - sofreu muita discriminação por ser mulher e tocar viola -, mas nunca desistiu da carreira. Meus sentimentos à família de Inezita Barroso. Descanse em paz".

    Paula Fernandes, para o UOL

Repercussão da morte de Inezita Barroso

  • Tamires Santos/A2AD

    Durante 35 anos, as manhãs de domingo no interior de São Paulo e do Brasil tiveram a sonoridade de Inezita Barroso no comando do "Viola, Minha Viola", o mais antigo programa musical da televisão brasileira. Neste domingo à noite, com muita tristeza, nos despedimos dela. Paulistana da Barra Funda, Inezita foi compositora, cantora, atriz, violeira, pesquisadora, professora e doutora honoris causa de folclore e da música caipira. Há dois anos, tive a honra de estar com ela, no palco do "Viola", para a emocionante festa musical em que o país inteiro comemorou seu aniversário de 88 anos e sua grande obra. Naquele dia, ela explicou o segredo de sua vida longa e feliz: amava a música caipira, gostava do que fazia e de fazer bem feito. Ao recuperar o nosso folclore, Inezita Barroso preservou um ativo inestimável, um tesouro que faz de nós, brasileiros, uma nação: nossas raízes. A partir de agora, São Paulo e o Brasil retribuirão esse legado de amor com imensa saudade

    Geraldo Alckmin, governardor de São Paulo, em nota
  • AgNews

    Deus continua levando nossos ídolos para um plano melhor. Hoje perdemos nossa mais importante representante da verdadeira música caipira, nossa eterna Inezita Barroso. Com certeza a cultura caipira perde a sua maior bandeira. Que Deus a tenha

    Rick, cantor, no Instagram
  • Band

    É muito triste perder a Inezita Barroso. Ela foi uma cantora formidável, de enorme e inacreditável contribuição no resgate e manutenção da música (boa) de raiz de um Brasil há muito tempo corrompido por modismos e patifarias "melódicas". Com seu programa na TV Cultura "Viola, Minha Viola", no ar desde 1980 (o mais antigo programa de música da TV brasileira no ar), Inezita ofereceu mais do que bons papos e boas rodas de viola com os melhores artistas do gênero: ofereceu ao nosso país todo um verdadeiro espaço de resistência cultural. No programa da Inezita, o Brasil encontrava o Brasil de verdade. É uma perda irreparável. Mas seus mais de 80 discos de pouco mais de 60 anos de carreira, e os mais de 1500 "Viola, Minha Viola" que ela gravou, seguem como registro de sua generosidade e talento. De fato, o que fica de um artista sempre é a sua obra. Vamos nos debruçar sobre mais esta!

    Rafael Cortez, apresentador, no Instagram
  • Reprodução

    Que semana difícil pra música brasileira. Descanse em paz, Inezita

    Luiz Bacci, apresentador, no Instagram
  • Reprodução

    Inezita quantas saudades você me traz

    Serginho Groisman, apresentador, No Twitter
  • Divulgação/TV Globo

    Morre nossa muito querida Inezita Barrozo. Tristeza absoluta. R.I.P Inezita!

    Lobão, cantor, No Twitter
  • Manuela Scarpa/Photo Rio News

    Descanse em Paz! GRANDE DAMA!

    Nany People, humorista, no Twitter
  • Divulgação/SBT

    O Brasil perde #InezitaBarroso!!! Ela estava internada no Hospital Sírio Libanes, em São Paulo. Muito triste!!!

    César Filho, apresentador, no Instagram

 

Sem palavras! #RIP obrigada pelos #ensinamentos!! #mestre

Uma foto publicada por Roberta Miranda (@robertamiranda) em

No início da tarde desta segunda, o SBT divulgou uma nota de pesar sobre a morte da cantora e apresentadora. "Neste momento de pesar, o SBT, Silvio Santos, sua diretoria e seus funcionários lamentam o falecimento da cantora e apresentadora Inezita Barroso. A perda da autêntica rainha da música sertaneja é imensurável para o cenário da televisão e da cultura popular brasileira. Lamentamos e deixamos nossos sentimentos aos familiares, amigos e fãs de Inezita", diz o texto.

Já a Record, também em nota de pesar, lembrou o tempo em que Inezita era contratada da emissora: "Temos o orgulho de ter em nossa trajetória o nome desta notável artista. Inezita foi, em 1953, a primeira cantora contratada pela Record, dando início a uma carreira com mais de 60 anos dedicados à televisão e à cultura caipira. A música brasileira, o cenário artístico e os folcloristas perdem uma das suas mais importantes figuras. Externamos nossa solidariedade aos familiares, amigos e fãs de Inezita Barroso".