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Beatles? Estudo afirma que foi o hip hop que mudou a música

Do UOL, em São Paulo

06/05/2015 08h28

O impacto da chegada do hip hop à indústria fonográfica ofuscou o boom da beatlemania que tomou conta na década de 60, até então, considerado um dos fenômenos mais explosivos do cenário musical.

Esta foi a conclusão de um estudo divulgado, nesta quarta-feira (6), e realizado pelo Imperial College e a Universidade de Londres, segundo a “AP”.

Uma análise de computador vasculhou fragmentos de 17 mil músicas das paradas de sucesso da Billboard entre as décadas de 60 e 2010.

Programas de informática fizeram uma análise minuciosa ao longo de meio século musical e organizaram em categorias como instrumentos, arranjos, propriedades musicais e outros elementos.

Este estudo um tanto quanto incomum revelou três momentos marcantes que revolucionaram a música: a emergência do rap e hip hop em 1991 no mainstream; o movimento “synthpop” ou tecnopop, em 1983, que mistura música eletrônica e sintetizadores com o rock; e o advento de bandas roqueiras com os Beatles, Rolling Stones e The Who, na década de 60.

Embora as composições de John Lennon e Paul McCartney dos Beatles guardem ainda uma estima pelos críticos e o carinho dos fãs, os pesquisadores deste novo estudo descobriram que o movimento gerado pelo hip hop foi ainda mais profundo e marcante.

A ascensão do rap representa “o mais importante evento que moldou a estrutura musical das paradas americanas”, informou o estudo.

Além disso, as bandas britânicas, que receberam forte influência de estrelas americanas como Chuck Berry e Little Richard, seguiram tendências parecidas.

Um dos pesquisadores, Matthias Mauch, admitiu que é possível que esta metodologia científica seja questionada por muitos, mas insistiu que o estudo apresenta muitos detalhes inovadores.

“Pela primeira vez podemos medir em grande escala as propriedades musicais nas gravações. Podemos, de fato, ir além do que nos dizem os experts ou sobre o que sabemos, pois olhamos diretamente às composições, medimos suas características e entendemos como se transformaram”, afirmou Mauch.

O estudo, contudo, não deve conquistar os fãs e músicos da década de 80, pois as análises indicam que este foi o período menos dinâmico do estudo.