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5 anos sem Dio: relembre o legado do astro

André Cáceres

Do UOL, em São Paulo

15/05/2015 18h02

Há 5 anos, o mundo do heavy metal perdia uma de suas vozes mais potentes: Ronnie James Dio morria no dia 16 de maio de 2010, vítima de um câncer no estômago. Para relembrar a carreira de um dos maiores vocalistas da história do rock, a Rádio UOL conversou com alguns dos grandes vocais de metal do Brasil.

Apesar de ter se consolidado como vocalista no rock pesado, ele já foi baixista em uma banda pop no final dos anos 50. Dio começou a carreira com os Vegas Kings, que mudaram de nome para Ronnie Dio and the Humblers, Ronnie Dio and the Red Caps e, por fim, Ronnie Dio and the Prophets, que mesclava rockabilly, pop, soul e blues ao rock and roll romântico da época e o vocal agudo que já chamava atenção. Essa variedade de estilos é um dos pontos que Alírio Netto, líder da banda Age of Artemis, destaca em Dio. “Isso é o que transformava ele em um músico completo”, acredita o músico, que já gravou uma faixa em homenagem a ele, intitulada “R.J.P.”, em alusão às iniciais de Ronald James Padavona.

“A primeira música dele que me marcou foi “Rainbow in the Dark”. Eu ouvi e me perguntei: ‘que voz é essa?’”, recorda Alírio, que vai tocar no Rock in Rio 2015 com o Age of Artemis e define Dio em uma frase como “genial, impecável”. Ele também vai se apresentar nesta sexta-feira (15), no Manifesto Bar, em São Paulo, às 22h com uma constelação de astros do metal nacional em homenagem a Dio.

Outro vocalista que vai se apresentar nesse tributo é Mario Pastore, frontman da banda Pastore, que contou que o primeiro contato com a voz de Dio foi no álbum “Mob Rules”, do Black Sabbath. “Eu tinha 14 ou 15 anos, era na época do vinil ainda. Gostava de Iron e Kiss, fui a uma loja e o vendedor me mostrou o disco. Fiquei apaixonado”, conta ele. “O legado do Dio é imortal. É a história de um cantor excepcional, com um timbre único, que eternizou seu trabalho na carreira solo e em outras bandas, e fez escola. É um legado maravilhoso”, acrescenta Pastore.

Sem ganhar destaque na década de 60, o baixinho formou os Electric Elves, que se tornaram The Elves e acabaram virando apenas Elf. Apesar de desconhecida e um pouco obscura até hoje, a banda conquistou muitos admiradores no meio underground e foi descoberta pelos integrantes do Deep Purple, que os ajudaram a gravar o disco homônimo de estreia em 1972. A partir de então, o conjunto passou a abrir os shows do Purple e foi dissolvido em 1975 para a criação do Rainbow, junto com Ritchie Blackmore. Em 1980, Ronnie James substituiu ninguém menos que Ozzy Osbourne no Black Sabbath, inaugurando uma nova era na banda, período que abriu portas para que ele se lançasse numa carreira solo de muito sucesso em 1983 com o seminal “Holy Diver”.