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"Não sou um louco fingindo ser Sinatra", diz "maior intérprete" do cantor

Hoover - Divulgação - Divulgação
O cantor inglês Louis Hoover durante apresentação
Imagem: Divulgação

Leonardo Rodrigues

Do UOL, em São Paulo

31/07/2015 11h15

O inglês Louis Hoover se parece com Frank Sinatra, canta como Frank Sinatra e é a estrela de uma orquestra que trará ao Brasil os grandes sucessos do cantor, nas celebrações de cem anos do primeiro grande astro da música popular. Mas experimente chamá-lo de cover.

“Eu não estou caracterizado. Não imito nem finjo ser o Sinatra”, diz ao UOL um bem-humorado e exemplarmente elegante Hoover, por telefone. “Mas é divertido. Nós conseguimos soar muito perto do original. E alguns dos nossos músicos tocaram de fato com Sinatra. São instrumentistas ‘top’ de estúdio no mundo.”

À frente da Hollywood Orchestra, o crooner passará com seu tributo por Porto Alegre (8/8), Rio de Janeiro (10 e 11/08), Belo Horizonte (12/08), Natal (13/08), Brasília (14/08), Fortaleza (15/08) e Curitiba (18/08).  No repertório, clássicos que renderam a Louis Hoover a fama de melhor intérprete das músicas de Sinatra no mundo. Entre elas, “New York, New York”, “My Way”, “That's Life”.

“Estamos ansiosos, a expectativa é muito, muito alta. Eu me sinto muito honrado e empolgado por poder levar agora esse show ao Brasil. É uma nação muito musical”, diz o cantor, que desde os anos 1990 homenageia Sinatra nos palcos.

O espetáculo que será mostrado aos brasileiros, “Salute Sinatra”, é apenas um dos muitos projetos de um músico que começou no teatro, passou pela TV e chegou ao auge nos anos 2000, quando criou o musical The Rat Pack, baseado no célebre grupo de artistas que chegou a contar com Humphrey Bogart, Dean Martin, Sammy Davis, Jr., e, claro, Frank Sinatra.

Hoover conta que tudo começou num estalo, quando teve uma espécie de visão ao assistir pela primeira vez Sinatra ao vivo, ainda na adolescência. O então fã da gravadora Motown e do pop suingado de Stevie Wonder ganhou um motivo a mais para viver.

“Eu vi o Sinatra ao vivo em Londres, nos anos 1960, e eu tive uma estranha premonição. Ele estava fazendo temporada no Royal Albert Hall. Todos estavam loucos para vê-lo. Na plateia havia Elton John, Michael Caine, Roger Moore. Todas as estrelas estavam lá”, relembra. 

“Depois do show, minha namorada me perguntou se eu estava bem. Porque fiquei quieto demais. Eu disse que não sabia explicar, mas que sabia que iria fazer aquilo um dia. Estar no Albert Hall cantando com uma grande orquestra. E, há cerca de dez anos, foi exatamente isso que aconteceu. Meu sonho se realizou.”

Admirador das big bands de Bobby Darin e Tony Bennett, assim como do pop de Beatles, Marvin Gaye e do compositor Burt Bacharach, Hoover nunca chegou a conhecer pessoalmente o ídolo Sinatra. Mas desde sempre teve de lidar com comparações, mesmo antes de começar a interpretá-lo. À primeira vista, a semelhança física salta aos olhos.

“Não é minha intenção. Mas é sempre muito estranho, porque não há nada que eu possa fazer. É a natureza. Se você conhecesse meu pai e minha mãe, você saberia de onde a semelhança vem”, brinca, aos risos.

“Mas sou muito respeitoso. Não sou um louco fingindo ser outra pessoa. Tive um resultado incrível com o show Rat Pack no mundo. Muita gente vem até mim e diz que quer começar a usar smokings e a cantar. Toda vez que isso acontece, eu fico muito feliz. No fim das contas, a música é o que importa.”