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Bandas e artistas popularizam clipes interativos feitos com câmera 360º

A cantora Noa Neal no clipe da música "Graffiti" em 360º - Divulgação - Divulgação
A cantora Noa Neal
Imagem: Divulgação

Felipe Branco Cruz

Do UOL, em São Paulo

23/08/2015 06h00

A tecnologia para a produção de vídeos em 360º não é nova, mas só agora que ela se popularizou no meio musical. Artistas como Björk, Foals, Avicii, Noa Neal e Fort Minor (projeto paralelo de Mike Shinoda, do Linkin Park) lançaram recentemente clipes que permitem aos espectadores interagirem com o que veem na tela. O objetivo é dar ao fã a sensação de que ele está participando do clipe.

Para interagir, basta pressionar o botão do mouse em cima do player e arrastar a imagem para girá-la, podendo ver o que acontece em todo o ambiente. Se o espectador for curioso, os vídeos nunca serão assistidos duas vezes da mesma maneira. A cada nova exibição, um novo ângulo pode ser explorado. 
 
Um dos principais motivos para tantos grupos produzirem clipes desta maneira foi a popularização das câmeras que gravam em 360º. Aliado a isso, o YouTube também disponibilizou uma tecnologia em seus players para reproduzir este tipo de vídeo. No mercado, os modelos mais em conta são Ricoh Theta, Kodak SP360, Giroptic 360cam, Ic Real Tech Allie e as GoPros Hero 3+ e Hero4, com preços que variam entre US$ 400 a US$ 1.000. 
 
 
Experimentalismos
 
Os artistas ainda estão descobrindo as melhores maneiras de produzirem os vídeos, mas o que já foi feito até agora dá uma boa ideia do que vem por aí. No caso da cantora pop belga Noa Neal, o clipe foi produzido em plano sequência. Feito em parceria com uma marca de processadores de computador, ela gravou o vídeo da música "Grafitti" (assista aqui). Nele, ela caminha por uma rua acompanhada de diversos dançarinos. Porém, se você gira a tela e olha atrás, é possível ver a banda em cima de um caminhão e a equipe de produção em ação.
 
No início de junho, a islandesa Björk lançou "Stonemilker" (assista aqui). Na produção, a cantora está em uma praia deserta, dançado ao redor da câmera, instigando o espectador a girar a tela. A performática artista, no entanto, cria "clones" dela mesma que vão surgindo em diferentes ângulos. A mesma ideia foi utilizada pela banda inglesa Foals, em "Mountain At My Gates" (assista aqui). Em cada ângulo da imagem há vários "clones" dos músicos, que ficam circulando pelo vídeo. 
 
Mais elaborado, o clipe da música "Welcome", do Fort Minor, projeto paralelo do guitarrista do Linkin Park, Mike Shinoda, é ambientado em Venice Beach, na Califórnia (assista aqui). O vídeo mostra o artista no calçadão da orla grafitando muros e andando de skate. A direção ficou por conta de Jeff Nicholas, que já dirigiu clipes para Justin Timberlake e Rihanna. O DJ sueco Avicii também usou a tecnologia na música "Waiting For Love" (assista aqui). No vídeo, diversas portas servem como cenário para dançarinos se apresentarem no centro da tela. 
 
Pioneirismo
 
Em 2012, a banda brasileira Capital Inicial lançou o clipe de "O Lado Escuro da Lua" usando uma tecnologia semelhante, mas a experiência não era tão agradável e fácil de assistir quanto agora. Na mesma ocasião, os americanos do Matchbox Twenty também lançaram um clipe em 360º da música "She's So Mean". Mas, assim como o Capital Inicial, o resultado deixou a desejar, principalmente pela falta de recursos até então. 
 
Como se trata de uma nova tecnologia, os músicos ainda estão tentando entender como inovar em seus clipes. Porém, a julgar pelo que já fizeram até agora, ainda há muito espaço para novas criações.