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Comparado com Zeca Pagodinho, Mosquito faz show de lançamento do 1º disco

Mosqutio - Divulgação - Divulgação
O sambista Mosquito lançou em 2015 seu primeiro álbum autoral
Imagem: Divulgação

Felipe Branco Cruz

Do UOL, em São Paulo

17/09/2015 06h00

O tipo físico magro e mirrado do sambista Pedro Assad de Medeiros Torres, 27 anos, rendeu na infância o apelido que o acompanha até hoje: Mosquito. Criado na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, o cantor lançou em junho deste ano seu primeiro álbum e já emplacou três composições na trilha sonora das novelas “I Love Paraisópolis” (“Não Enche”, composição de Caetano Veloso), “Babilônia” (Ô Sorte”) e “A Regra do Jogo” (“Papel de Bobão”).

Nesta quinta-feira (17), às 20h, o sambista fará o show de lançamento do disco no Teatro Rival, no Rio de Janeiro, com a participação especial de Xande de Pilares. “Conheci o Xande em uma roda de samba”, lembra Mosquito. “Ele entrou na roda e começou a ‘versar’ comigo. Ficamos uns 25 minutos assim, até que eu me enrolei e perdi o verso”, conta. “Ele me chamou no final e disse: ‘Ei, magrinho. Tu é bom’. A partir daí, sempre que eu ia em seus shows, ele me chamava para cantar com no palco”.

Foi durante uma apresentação de Xande em que Mosquito cantou duas músicas autorais, que ele conheceu a produtora Paula Lavigne. Ela convidou o sambista para gravar o disco, tendo como padrinho o próprio Xande (autor das faixas “Cadê a Viola, Maria?” e “O Amor Mandou Dizer”). O álbum contou ainda com a participação especial de Zeca Pagodinho em “Atalho”. “As pessoas me comparam com o Zeca porque eu sou magrinho que nem ele era quando começou a carreira”, diz. “Mas não chego nem aos pés do Zeca. Sou muito fã”.

A letra [de 'Ô Sorte'] traz uma mensagem positiva. Eu quero isso para a minha vida".
Mosquito, sobre a tatuagem que tem no braço com o título da faixa

Depois que suas músicas entraram nas novelas, o cantor contou que descobriu um monte de sambistas noveleiros. “Ninguém gosta de admitir que assiste às novelas. Mas foi só a minha música tocar para um monte de gente me dizer que ouviu lá”, lembra. A importância da faixa “Ô Sorte” em “Babilônia” na vida de Mosquito foi tanta que ele recentemente tatuou o título da música em seu braço. “A letra traz uma mensagem positiva. Eu quero isso para a minha vida”.

Mosquito lembra que é uma tradição no samba o músico iniciante contar com um padrinho. “Um vai puxando o outro, né?”, diz. “O Xande me dá uma força há bastante tempo. Quem sabe, no futuro, eu também não apadrinho alguém?”.

O sambista começou a cantar aos 17 anos e desde então compõe suas próprias músicas. Enquanto a oportunidade para cantar profissionalmente não surgia, Mosquito trabalhou em diversas áreas. “Meu último emprego foi na Secretaria de Assistência Social dos Direitos Humanos. Eu trabalhava no protocolo. Fazia de tudo lá”, lembra. “Nessa época eu escrevi muita música. Dá para gravar mais dois outros discos”, garante o artista.