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Dupla de baixo e bateria, Royal Blood conquista headbangers com distorção

Tiago Dias

Do UOL, no Rio

19/09/2015 22h19

Em uma noite de bandas ruidosas, uma dupla fez muito barulho no Palco Mundo, neste segundo dia de Rock in Rio 2015, com a cozinha mais básica do rock: baixo e bateria.

Royal Blood tem pouco tempo de vida e sua participação do festival era vista com certo receio por parte dos headbangers. A dupla britânica era considerada indie demais para um dia com Angra, Gojira, Korn e Metallica na programação. No começo do show, teve quem ainda protestasse pedindo por Mötley Crüe, mas a resistência logo foi ultrapassada.

No baixo e no vocal, Mike Kerr surpreendeu pela parede de som que criou com apenas um instrumento. Com ajuda de pedais, o músico tirava, ao mesmo tempo, tanto o agudo do baixo quanto um riff estridente, característico de uma guitarra. A bateria pesada de Ben Thatcher, por sua vez, foi uma porrada beneficiada pelo ótimo som do palco.

Fã de Metallica, Inácio Ferraz, 37, de São João Del Rey (MG), conhecia uma música da dupla e resolveu assistir ao show sem muita expectativa. Saiu impressionado. "Toda banda de heavy metal tem uns cinco integrantes para fazer um som do c*. Eles são em dois, foi supreendente. Estou maravilhado".

A banda se estendeu nas distorções e nos improvisos na última música, "Out of the Block", que abre o elogiado primeiro disco "Royal Blood", lançado ano passado. O baterista acabou, literalmente, nos braços do público, enquanto Mark cuspia na mão para sorrar o baixo e ia até a beira do palco atiçar a plateia. Para fisgar completamente o público, emendou "Iron Man", de Black Sabbath.

Antes, o riff de "Figure it Out" e a stoner "Little Monster" já haviam agradado. Sabendo da fama, Mike brincou ao apresentar o baterista: "Queria apresentar o resto da banda". Mas ninguém sentiu mesmo que precisasse de mais alguém no palco.