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Superbanda sem superpúblico, De La Tierra faz show para poucos no Rio

Leonardo Rodrigues

Do UOL, no Rio

25/09/2015 19h41

Segundo "supergrupo" a se apresentar no Rock in Rio 2015, após o Hollywood Vampires na quinta-feira, o De La Tierra abriu o Palco Mundo no início da noite desta sexta-feira (25) diante de um público pequeno, o menor até o momento no local.

Sem muito aperto na pista, qualquer um podia facilmente se dirigir às primeiras fileiras do show, nitidamente esvaziado. Segundo o festival, no entanto, todos os 85 mil ingressos foram vendidos para esta sexta.

Formado pelo guitarrista Andreas Kisser (Sepultura), pelos argentinos Andrés Gimenez (A.N.I.M.A.L.), Sr. Flavio (Los Fabulosos Cadillacs) e Alex González (Maná), o grupo se orgulha ser o único "grupo latino" do festival.

Com apenas um disco lançado, o De La Tierra aposta em um estilo sonoro moderno e pesado, com letras em espanhol. Pouco conhecidas, as músicas agradaram à maioria, mas sem conseguir tirar grande resposta da plateia durante a maior parte da apresentação. "Ninguém conhece. É por isso que está vazio. Mas eles vão tocar Sepultura no final e vão chamar todo mundo para a frente", acreditava o estudante David Brian, 18.

Não foi bem assim. Poucos vieram. Mas, quando o grupo emendou "Polícia", dos Titãs, pinçada do repertório de Andreas na banda mineira, as primeiras e animadas rodas de pogo do dia apareceram. Foi o ápice de uma apresentação quase intimista, ao menos em termos de Rock in Rio. 

"É incrível estar aqui", disse o vocalista e mestre de cerimônias metaleiras, Andrés Gimenez. "O som pode ser diferente, mas os sentimento é o mesmo", bradou, antes de mergulhar no meio da galera, na última música, "Cosmonauta Quechua", que contou pontos para a banda no quesito carisma.

"Se metal em espanhol funciona, eu não sei. O pessoal não conhece muito a banda, mas até que está bonzinho. Está funcionando bem para o dia", disse o biólogo Paulo Gomes, 45. "Não acho que esteja vazio. Está é confortável. Dá para andar. Mais tarde vai ser diferente", arriscou a advogada Flávia Bichara, 42, que veio ao Rock in Rio especialmente para ver Slipknot e Faith no More.