Topo

Grupo Fly é acusado de racismo; cantor se defende:"foi um mal entendido"

Entrevista publicada pela revista "Atrevida" voltou às redes sociais e gerou críticas - Reprodução
Entrevista publicada pela revista "Atrevida" voltou às redes sociais e gerou críticas Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

05/10/2015 12h29

Um comentário feito pela banda Fly, dona do sucesso “O Que Você Tem”, trilha da novela “Malhação”, causou polêmica nas redes sociais no domingo. Em entrevista à revista “Atrevida”, publicada em janeiro deste ano, a boyband brasileira comentou sobre o que aprovam no estilo das garotas. No tópico “Trança”, Caíque Gama comentou: “É bonito. Para quem tem cabelo ruim é uma salvação”.

Em reação ao comentário, os posts do Facebook oficial do grupo receberam diversas reclamações. “Vocês deveriam ter vergonha na cara! Que as milhares de meninas negras saibam reconhecer quem as de fato respeitam e as reconheçam”, criticou uma usuária. “Três racistinhas. Não existe cabelo ruim, mas existe a música e alma ruim de vocês!”, rebateu outra.

Em um post de divulgação do show realizado no domingo pelo trio, outra seguidora ironiza: “Cabelo ruim pode ir”?

Caíque se pronunciou sobre as acusações no Instagram, mas minutos depois optou pelo perfil privado na rede social. No texto, ele disse que não se referia a nenhuma cor ou etnia, mas sim sobre “usar uma trança como salvação de um dia que o cabelo não está tão legal”

“Peço desculpas pelo mal entendido, quem me conhece sabe o que eu sou, quem não conhece vai vir xingar, vai vir falar mil besteiras, as pessoas inclusive caçam assuntos, besteiras que fizemos no passado para vir esfregar isso na cara, sou do pensamento que estamos aqui para aprender e evoluir, toda essa situação só me ensina a cuidar cada vez mais das palavras, já que somos pessoas públicas e formadores de opinião de crianças/adolescentes”, disse. 

"Opinião"
Além do comentário de Caíque, trechos da entrevista foram publicados nos comentários realçando a opinião de outro integrante, Paulo Castagnoli, sobre outros assuntos, como mulheres que usam boné (“Boné só no uniforme de frentista. Menina de boné não fica bom”, disse Paulo Castagnoli) e e que tiram fotos de biquíni (“Às vezes posto foto sem camisa, então quem sou eu para julgar? Acho legal, mas menina tem que se portar como menina”).

No Twitter, Paulo apenas comentou: “As pessoas fazem na maldade né, só pode! eu não dito regras e nada... foi uma opinião!”.

Caíque ainda rebateu quem enxergou o comentário como uma atitude racista: “RACISTA é quem vem nas minhas fotos me chamando de branquelo, azedo, você não conhece minha raiz, você não conhece minha família”.

Em comunicado, a revista afirmou que entende que a expressão “cabelo ruim”, dita por Caíque, "não é uma referência a cabelo afro, mas, sim, ao bad hair day, ou seja, aquele dia em que o cabelo acorda rebelde. A Atrevida jamais incentivou ou deu voz a discursos preconceituosos ou de ódio de qualquer tipo”. 

A agência que responde pelo grupo não retornou o contato da reportagem para comentar as acusações.