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Museu Madame Tussaud de Amsterdã estreia "puxadinho" de DJs de cera

Estátua de cera do dj e produtor Afrojack - Divulgação
Estátua de cera do dj e produtor Afrojack Imagem: Divulgação

Claudia Assef

Colaboração para o UOL, de Amsterdã (Holanda)

28/10/2015 07h00

Se é justo dizer que o passo mais alto da fama é ter uma estátua no museu Madame Tussaud, a música eletrônica da Holanda acaba de confirmar sua supremacia no jet set com a estreia de mais uma réplica na família holandesa dos DJs de cera.

Como parte dos eventos de abertura do Amsterdam Dance Event, atualmente o maior evento de clubes e DJs do mundo, foi apresentada ao público a estátua de cera do DJ e produtor Afrojack, um dos mais adorados e populares da Holanda atualmente.

Afrojack é o terceiro DJ a ganhar uma reprodução em cera no Madame Tussaud. O primeiro foi o também holandês Tiësto, que teve sua estátua lançada em 2008 no Tussaud de Amsterdã e depois fez uma "turnê" por outros museus da marca. O segundo DJ a ganhar uma estátua no mais famoso museu de cera do mundo foi outro holandês, Armin Van Buuren, cuja réplica também foi lançada na unidade de Amsterdã, em 2014.

Desde a semana passada, as três estátuas estão juntas no museu, na Praça Dam, formando um "puxadinho" de DJs num dos pontos mais visitados da cidade, que quer se transformar na capital da música eletrônica mundial. 

"Acho que o Afrojack merece estar aqui. Ele consegue manter uma vibe underground, apesar de tocar um som que é acessível para todos. Na minha opinião, Tiësto e Armin Van Buuren são muito comerciais", diz o funcionário que cuida do bar patrocinado por uma marca de energéticos, localizado na área dedicada aos DJs.

O boneco de Afrojack é o mais tecnológico dos três. Duas cabines de som oferecem uma visão 3D a um dos sets do DJ e na frente da estátua há um botão para que se tire um selfie com ele.

Dj Tiësto - Divulgação - Divulgação
Dj Tiësto, o primeiro a ganhar uma estátua de cera no Madame Tussaud
Imagem: Divulgação

Supremacia Holandesa

Entre os 20 museus Madame Tussauds espalhados pelo mundo, parece acertada a escolha de estrear uma área reservada a DJs em Amsterdã. Dentro do contexto dos maiores cachês e também dos mais estrelados nomes da cena eletrônica atual, os holandeses estão com tudo.

Na lista dos Top 100 DJs da revista inglesa "DJ Mag" --que, apesar de muito controversa, ainda funciona como termômetro de quem é quem na fila do pão (pelo menos no universo da música eletrônica mais comercial)--, quatro dos cinco primeiros colocados são holandeses: Hardwell, o novato sensação Martin Garrix, Armin Van Buuren e Tiësto.

Desde que a clássica Plastic Dreams foi lançada em 1992 pelo DJ e produtor Jaydee, a Holanda vem mostrando que quer mandar no cenário eletrônico mundial, com seus muitos clubes, festivais e DJs proliferando mais que os famosos coffeeshops. O festival Amsterdam Dance Event --ou apenas ADE--, que em 2015 completou 20 anos de existência, é a prova de que, se ainda não chegaram lá, os holandeses estão no caminho.

Hoje o ADE é o maior evento de DJs e clubes de música eletrônica do mundo. Este ano, mais de 365 mil pessoas passaram pelos mais de 300 clubes, cinematecas, restaurantes, hotéis, museus, lojas, teatros e praças por onde o festival se espalhou. Foram mais de 2000 DJs tocando, em mais de mil eventos, tão distintos quanto as demonstrações de composição ao vivo dentro de um museu (como fez Jeff Mills na Casa Rembrandt) e noites bombadas na Amsterdam Arena, com os DJs de EDM mais famosos do mundo tocando diante de milhares de fãs.

"A eletrônica na Holanda cresceu de uma forma alucinada, hoje todo mundo toca EDM mais pelo dinheiro e pela fama, mas aqui você também pode encontrar a boa e velha house music feita por gente que realmente ama o que está fazendo”, disse o ícone Jaydee, numa palestra do ADE que celebrava os 20 anos de música eletrônica na Holanda.