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Chemical Brothers vem a SP com status de clássico da música eletrônica

O duo de música eletrônica Chemical Brothers se apresenta no 49° Festival de Jazz em Montreux, na Suíça - EFE/Dominic Steinmann
O duo de música eletrônica Chemical Brothers se apresenta no 49° Festival de Jazz em Montreux, na Suíça Imagem: EFE/Dominic Steinmann

Alexandre Matias

Colaboração para o UOL, em São Paulo

28/11/2015 07h00

Atração deste sábado (28) do festival Sónar, a dupla Chemical Brothers chega a São Paulo para lançar seu oitavo disco, chamado "Born in the Echoes", e mesmo que não seja mais um dos principais nomes comerciais da música eletrônica, já pode ser considerada um clássico.

A dupla inglesa formada por Tom Rowlands e Ed Simons foi uma das principais responsáveis por levar a música eletrônica para as massas na virada do século passado. Ao lado do Prodigy, outra banda em ascensão naquele momento, os Chemical Brothers dominaram a cena primeiro pelo underground, até conseguirem entrar no mercado norte-americano, abrindo a porta para artistas como Massive AttackPrimal ScreamTrickyPortisheadFatboy SlimMobyDaft PunkUnderworld e outros.

Emplacando hit atrás de hit nos anos 90, os Brothers - que são irmãos apenas no nome da dupla, inspirado pelos produtores Dust Brothers - conseguiam fazer com que suas músicas, que misturavam vocais a longos trechos instrumentais, atingissem o grande público e se tornassem sinônimo daquela nova sonoridade. Algumas das faixas mais conhecidas, trazem vocais de bandas de rock, como "Setting Sun" ao lado de Noel Gallagher do Oasis, e "Out of Control" com Bernard Sumner do New Order.

Mas as músicas mais emblemáticas dos Chemical Brothers trazem vocais de rap. Sejam em samples de músicas desconhecidas (como “The Roof is on Fire” dos Rock Master Scott & the Dynamic Three, de onde saiu o refrão de “Hey Boy Hey Girl”, ou “Gucci Again”, do Schooly D, de onde saiu o refrão de “Block Rockin’ Beats”) sejam em participações especiais (como Q-Tip, do A Tribe Called Quest, em “Galvanize”, ou Fatlip, do Pharcyde, em “The Salmon Dance”), os Chemical Brothers traçaram uma inevitável ponte entre o hip hop e a música eletrônica, que iria engoli-los no futuro, cavando sua própria cova comercial.

Se rappers como Missy ElliottBlack Eyed Peas e Kanye West souberam trazer aquela nova sonoridade para suas músicas, o DJ europeu David Guetta lotou seus discos com rappers e estabeleceu isso como um novo parâmetro para uma música eletrônica que pouco tem a ver com o groove dos Chemical Brothers. Reto e interminável, o bate-estaca de Guetta é a caricatura do que hoje se conhece pelo rótulo de EDM (electronic dance music) e lota festivais no mundo todo com artistas como Deadmau5Avicii e Swedish House Mafia, que estão mais preocupados em aparecer bem na foto ou postar nas redes sociais do que em sair de uma mesmice sonora.

Avessos à cultura de celebridade que também ronda essa nova música eletrônica comercial, Tom e Ed têm preferido explorar novos formatos, principalmente ligados ao audiovisual, elemento importante em suas apresentações ao vivo.

Além de lançar o próprio filme ("Don't Think", dirigido pelo mesmo Adam Smith que cuida das projeções nos shows da dupla), os Chemical Brothers também fizeram músicas para as trilhas de filmes como "Hanna", "Cisne Negro" e "Jogos Vorazes". Diante do monstro gigantesco que se tornou a música eletrônica atual, a dupla preferiu recolher-se em seu novo microcosmo.

Festival Sónar São Paulo
Quando: Sábado (28/11)
Onde: Espaço das Américas (Rua Tagipuru, 795 - Barra Funda)
Quanto: R$ 550,00 inteira / R$ 275,00 meia entrada
Informações: www.sonarsaopaulo.com.br
Ponto de venda: bilheteria do Espaço das Américas
Horário de funcionamento: segunda a sábado, das 10h às 19h
Censura: 18 anos

Programação

21h00 – 21h50 – Valesuchi (CH)
22h00 – 22h50 – Evian Christ (UK)
23h00 – 00h00 – Brodinski (FR)
00h30 – 02h00 – The Chemical Brothers (UK)
02h10 – 03h00 – Zopelar (BR)
03h20 – 04h30 – Hot Chip (UK)
04h40 – 06h00 – Pional (ES)