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Presente de Natal? Acervo dos Beatles chega a serviços de streaming dia 24

Divulgação/Universal
Imagem: Divulgação/Universal

Do UOL, em São Paulo

23/12/2015 10h15

O acervo musical dos Beatles finalmente chega aos serviços de streaming nesta quinta-feira (24), véspera de Natal. Segundo comunicado oficial, as músicas estarão disponíveis no mundo todo a partir da 0h01 do horário local. Deezer, Apple Music, Google Play, Microsoft Groove, Napster/Rhapsody, Amazon Prime Music, Slacker Radio, Spotify e Tidal receberão hits de 17 álbuns da banda britânica.

A expectativa era de que a banda fizesse um acordo exclusivo com uma das plataformas. Porém, a indústria acabou surpreendida com o anúncio do acervo disponível simultaneamente em nove serviços digitais. O acordo envolve direitos de 224 músicas de 13 álbuns originais de estúdio além de coleções essenciais.

Para especialistas ouvidos pela BBC, a ação ajudará o legado da banda a durar ainda mais. "Em termos digitais, os Beatles sempre estiveram um pouco atrasados para a festa", opina Chris Cooke, cofundador do site de indústria musical CMU (Complete Music Update). "Eles só chegaram ao iTunes em 2010, uns 5 anos depois que a loja tinha ganhado força", relembra.

Os Beatles sempre foram conhecidos pela lentidão em se adaptar a novas tecnologias. Eles esperaram cinco anos para lançar seus discos em CDs e não conversavam sobre a revolução do download até 2010, sete anos depois do lançamento da iTunes Store (serviço de venda de música da Apple). 

Com a chegada de John, Paul, George e Ringo aos serviços de streaming será interessante observar a competição com nomes bem mais recentes da música, como Justin Bieber, que teve seus últimos singles ouvidos seis milhões de vezes em uma semana via streaming e músicas no topo das paradas. 

Para efeito de comparação, quando os Beatles disponibilizaram seu acervo para venda no iTunes, eles alcançaram dez posições no Top 100. Porém a música mais vendida, "Hey Jude", chegou apenas à 40ª colocação.

O anúncio vem em meio a diversos questionamentos de grandes artistas, inclusive britânicos, sobre a nova tecnologia de distribuição de música. O exemplo mais recente é de Adele, que barrou seu mais recente álbum "25" nas plataformas, liberando apenas o single "Hello". Com o veto, ela rompeu todos os recordes de vendas e downloads para a semana de lançamento de um disco.

"Eu não uso streaming. Eu faço download ou compro uma cópia física (do disco)", disse Adele à revista norte-americana "Time". "Acho streaming um pouco descartável. Eu acredito que a música deve ser um evento", acrescentou.

A cantora disse estar consciente de que o serviço "é o futuro", mas ressaltou que "não é a única forma de se consumir música". "Não posso me ligar a algo sobre o qual ainda não sei como me sinto."